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Case New Holand e Kepler Weber ampliam investimentos



Capitalizada, a indústria voltada para o agronegócio realiza investimentos. Ontem duas grandes empresas, a subsidiária da italiana Case New Holand e a gaúcha Kepler Weber, anunciaram, depois de audiência com o ministro da Agricultura, Roberto Rodrigues, que investirão R$ 135 milhões, ao todo, em três anos.

A Case New Holand transferirá sua unidade australiana de fabricação de colheitadeiras de cana-de-açúcar para o Brasil, ampliando a fábrica já existente em Piracicaba, interior de São Paulo. Serão investidos R$ 17 milhões nos 12 primeiros meses, chegando a R$ 30 milhões no segundo ano, para aumentar a produção de cem máquinas/ano para 300/ano, num primeiro momento. Em dois ou três anos, chegará a 500 máquinas por ano.

Setenta por cento das produção serão destinados ao mercado externo, o que significará, já com a triplicação da produção, exportar R$ 60 milhões/ano, para Estados Unidos, Tailândia, México, Índia, Austrália, Colômbia e Irã. Mas há grande expectativa, de acordo com o presidente de Operações da empresa na América Latina, Valentim Rizzioli, de crescimento do mercado brasileiro, pois hoje apenas 20% da colheita da cana é mecanizada.

Rizzioli disse que a transferência da planta australiana para o País implicará também a criação de centro de tecnologia e pesquisa de novos produtos na área de mecanização da produção de cana-de-açúcar em Piracicaba. A unidade no interior de São Paulo produz também plantadeiras e colheitadeiras de café.

O grupo New Holand, que faturou R$ 2,25 bilhões no ano passado no Brasil, espera faturar neste ano R$ 2,7 bilhões. Além da unidade de Piracicaba, há outra fábrica em Curitiba (PR), de tratores e colheitadeiras, outra – em parceria com a Fiat Allis – em Contagem (MG), de máquinas rodoviárias e de construção civil, e um centro de distribuição de peças de reposição, em Itu, interior de São Paulo.

A ampliação da unidade de Piracicaba implicará o aumento do quadro de funcionários de 120 para 300, a partir de janeiro do próximo ano, quando as novas instalações começam a funcionar. A estabilidade da economia e a aposta de crescimento do mercado de álcool anídrico determinaram a opção pela centralização da produção das colheitadeiras no País, que é o maior produtor de cana-de-açúcar do mundo, explicou Rizziolli.

"Foi a perspectiva de mercado para daqui dez a 15 anos que possibilitou convencer a matriz sobre a oportunidade da mudança", disse Rizzioli. Em todas as partes do mundo é discutido o uso do álcool como aditivo, acrescentou.Para a Kepler Weber, fabricante de silos e estruturas de terminais portuários, foi decisiva a ampliação do Moderinfra, programa de investimentos do Ministério da Agricultura voltado para produtores rurais, especialmente cooperativas, para a instalação de infra-estrutura do agronegócio.

Os recursos do Moderinfra cresceram neste ano, de R$ 100 milhões para R$ 500 milhões, e o limite por tomador subiu de até R$ 200 mil para R$ 400 mil. O prazo de pagamento é de oito anos, com juros de 8,75% ao ano.

A Kepler, que tem sua fábrica em Panambi (RS), vai se instalar também em Campo Grande (MS), com investimentos de R$ 85 milhões em doze meses, que alcançarão R$ 105 milhões em três anos. A importância da fábrica será tamanha para a capital que o consumo de energia representará 1% do total fornecido na localidade. Serão criados 500 empregos diretos e 5 mil indiretos. A empresa está fazendo parcerias, com Sesi, Senai e a prefeitura, a fim de dar treinamento aos novos profissionais.

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