Apesar dos sinais de desaceleração das exportações no segundo semestre - queda de 1,1% em relação à primeira semana de julho do ano passado - as estimativas do governo são de um superávit comercial sustentável para a agricultura no segundo semestre. O ministro da Agricultura, Roberto Rodrigues, acredita inclusive que o saldo da balança pode chegar a US$ 23 bilhões neste ano. "Isso se mantiver a cotação atual do dólar. Se houver uma mudança, aí o assunto fica diferente", disse.
Segundo Rodrigues, as vendas externas de produtos básicos, especialmente suco de laranja, açúcar e café - cujas safras estão em andamento - serão alguns dos maiores responsáveis por segurar o desempenho positivo da balança comercial agropecuária nos próximos meses. "No segundo semestre há uma redução sim da oferta de produtos agrícolas. Mas não é tão significativa graças a esses produtos", disse o ministro, referindo-se também às exportações de carnes bovina, de frango e suína.
Para a Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), as perspectivas também são otimistas. Dados do órgão apontam resultados recordes para o setor em 2003. Entretanto a avaliação da Associação Brasileira de Comércio Exterior (Abracex) é de um resultado pior que o do ano passado para as vendas externas, incluido as de produtos agrícolas. "O superávit comercial da balança brasileira vai começar a cair sensivelmente, já que o Brasil está com setores estrangulados", disse o presidente da Abracex, Roberto Segatto.