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Rússia terá produção de trigo 33% menor


Estima-se que a produção de trigo da Rússia no ano-safra 2003/04 seja de 34 milhões de toneladas, 33% menor em comparação com as 50,6 milhões de toneladas de igual período do ano passado, segundo relatório elaborado pelo Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA).

Analistas do setor internacional de agricultura do USDA viajaram a Moscou e ao sul da Rússia, em abril, para avaliar as perspectivas da produção de grãos na temporada de 2003/04. A equipe reuniu-se com produtores locais e com autoridades da área agrícola federal e com traders de grãos. As informações reunidas dessas fontes, combinadas com os dados de imagens de satélites, sugerem que a produção de grãos da Rússia para a temporada 2003/04 seja menor devido à redução da área de plantio de grãos de inverno, à destruição causada pelas rigorosas condições climáticas e à queda persistente na utilização de adubos e defensivos agrícolas nas plantações. Isso deve reduzir a produtividade das lavouras de grãos de inverno, além de ter prejudicado a semeadura dos grãos de primavera.

O USDA estima que a produção total de grãos da Rússia seja de 65,2 milhões de toneladas, o que representa uma baixa de 34 milhões de toneladas em comparação com a safra abundante do ano passado, de 86,6 milhões de toneladas. Estima-se que a produção de trigo seja de 34 milhões de toneladas, uma baixa de 33%, ante as 50,6 milhões de toneladas de igual período do ano passado - quando o país colheu sua maior safra desde 1978/79.

Quase 14,4 milhões de hectares de grãos de inverno foram plantados para a temporada 2003/04 - o que inclui quase 65% de trigo, 30% de centeio e 5% de cevada -, em comparação com 16,3 milhões de hectares da temporada anterior.

Baixa tecnologia

Um dos obstáculos para um aumento firme e significativo da produção de grãos russos é que apenas de 10% a 15% das terras aráveis do país recebem as quantidades recomendadas de fertilizantes e de defensivos agrícolas devido à crônica ausência de recursos no setor agrícola. O uso de fertilizantes e de defensivos agrícolas deverá continuar estável em relação ao ano passado, mas as taxas médias atuais de aplicação de fertilizantes são apenas 10% das recomendadas.

Além disso, a qualidade das sementes usadas no plantio continua a ser o principal problema. Muitos agricultores utilizam as sementes mais baratas, segundo o adido para agricultura dos Estados Unidos, em Moscou, e mais de 90% das sementes para plantio são consideradas sementes "comuns". A qualidade das sementes é provavelmente o maior impedimento para um aumento significativo tanto da produtividade quanto da qualidade dos grãos.

Crédito escasso

Houve uma melhora na situação da concessão de créditos agrícolas na Rússia nos cinco últimos anos - pelo menos, para algumas propriedades agrícolas - devido, em grande parte, aos subsídios concedidos pelo governo federal. O Estado oferece créditos em espécie, pelo qual sementes, fertilizantes e outros insumos agrícolas são dados em troca dos grãos colhidos no fim da temporada, embora se suponha que o uso do crédito em espécie esteja caindo. O governo também concede subsídios para a compra de defensivos agrícolas e de fertilizantes, e subsidia dois terços das taxas de juros sobre empréstimos concedidos por bancos comerciais, que oferecem a maior parte do crédito.

Mais de 50% das propriedades agrícolas da Rússia, estão sobrecarregadas com dívidas consideráveis, devido, em parte, à disparidade entre os preços dos grãos e os custos de produção, e poucas propriedades rurais têm condições de oferecer garantias suficientes para obter empréstimos. Em decorrência disso, muitas propriedades são forçadas a depender de investidores externos para garantir os créditos. Esses investidores, chamados de companhias holdings, normalmente são grandes, têm muitos recursos monetários, e são tradicionalmente empresas que não pertencem à área agrícola e que se envolveram na agricultura nos cinco últimos anos. Algumas consideraram a produção agrícola um empreendimento de grande lucratividade e outras estavam trabalhando para garantir fornecimento de matérias-primas.

Um dos problemas críticos que a agricultura enfrenta é a escassez de maquinário. O financiamento federal de arrendamento mercantil é de US$ 90 milhões, apesar do aumento planejado para US$ 165 milhões.

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