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Indústria prevê queda na exportação de suíno



A Associação Brasileira da Indústria Produtora e Exportadora de Carne Suína (Abipecs) reduziu sua projeção de exportações para 2003 em 6%, para 490 mil toneladas, porém manteve as receitas em US$ 550 milhões. "O volume embarcado será menor em razão da redução das vendas de carcaças, mas a receita se manterá graças ao aumento das exportações de produtos de maior valor agregado, como os cortes", diz Pedro Benur Bohrer, presidente da associação.

As vendas de carcaças foram afetadas pela adoção, por parte da Rússia, de um sistema de cotas de importação. Para compensar a restrição, os exportadores investiram em novos mercados, como Cingapura, Hong Kong e, na América do Sul, Argentina e Uruguai. "E são justamente esses países os grandes compradores de produtos de maior valor agregado", diz Bohrer.

A mudança do mix de exportação é apontada como a grande responsável pela recuperação, ainda que lenta, dos preços médios na exportação da carne suína.

Exemplo dessa recuperação é que entre janeiro e julho o preço médio acumulava queda de 8% na comparação com o mesmo período do ano passado. Somando agosto, a queda é mais suave, de 4,5%.

Isso ocorre porque em agosto o preço médio registrado na exportação de suínos foi de US$ 1.065 a tonelada, ou 17,3% maior que o apurado em agosto de 2002. E assim, apesar da queda de 6% dos volumes embarcados, para 42,8 mil toneladas, a receita foi 10,5% maior, de US$ 45,6 milhões.

Entre janeiro e agosto, as exportações de carne suína somam 317,6 mil toneladas, mostrando um crescimento de 17% na comparação com igual período de 2002. Já as receitas foram de US$ 327,5 milhões, ou 12% maiores em relação ao ano passado.

Os setores produtor e exportador estão otimistas para os próximos meses. "A tendência é de que o crescimento do preço médio seja sustentado não só pelos produtos de maior valor agregado, mas também por um aumento real dos preços da carcaça", afirma Bohrer.

Isso deve ocorrer graças à redução, desde maio, da oferta interna de fêmeas, e ao aumento da demanda interna, que historicamente é maior com as festas de final de ano.

Na comparação com 2002, o setor esperar encerrar o ano com crescimento de 3% dos volumes embarcados, passando de 476 mil para 490 mil toneladas de carne suína. As receitas devem totalizar US$ 550 milhões neste ano, ou 14% maiores em relação aos US$ 481 milhões apurados no ano passado, prevê a Abipecs.

Cotas de importação

Bohrer não acredita numa mudança, no curto prazo, da política de cotas de importação da Rússia, maior comprador de carne suína do Brasil. "As cotas devem se manter como estão", afirma. No início deste ano, a Rússia fixou em 377 mil toneladas a cota global de importação de carne suína.

Para minimizar o efeito das restrições, a Abipecs vem investindo na conquista de novos mercados. Os próximos alvos são o Chile e o México, além de mercados na Ásia como China, Japão e Coréia do Sul.

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