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Governo nega suspensão de importações do Paraguai

A SDA desmentiu boatos que a autorização da entrada de gado do Paraguai teria sido suspensa pelo ministro



A Secretaria de Defesa Agropecuária (SDA) do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento desmentiu nesta quinta-feira (14-07) boatos de que a autorização da entrada de gado do Paraguai no País, por meio da circular 28, anunciada na quarta-feira, teria sido suspensa pelo ministro Roberto Rodrigues. "Se o ministro tivesse tomado essa decisão, teria nos informado", disse o secretário substituto da pasta de Defesa Agropecuária e diretor do programa da área animal, Inácio Kroetz.

Nesta quinta-feira (14-07), havia rumores no mercado de que Rodrigues teria solicitado a suspensão da circular até que a Câmara Setorial da Cadeia Produtiva da Carne Bovina se posicionasse a respeito da autorização para o Brasil importar animais do país vizinho. Segundo fonte do setor, a importação pode provocar a desvalorização dos preços da carne bovina, à medida que a arroba do boi gordo é negociada por US$ 20 no Brasil e por US$ 14 no Paraguai.

Na próxima terça-feira (19-07), a Câmara Setorial vai se reunir em Brasília. "A pauta inicial era a visita de técnicos da União Européia ao Brasil em agosto, mas deveremos tratar da importação de gado do Paraguai", contou o vice-presidente da Sociedade Rural Brasileira (SRB), Cesário Ramalho.

O setor não tem receio que a entrada de animais abale a credibilidade internacional da carne brasileira, segundo Ramalho. "Estamos preocupados com a questão sanitária. O Brasil deveria conhecer melhor o controle no Paraguai antes de liberar a importação ", disse o vice-presidente da SRB. O Paraguai tem status de livre de aftosa com vacinação, reconhecido pela Organização Mundial de Saúde Animal (OIE).

"Há pessoas lendo as notícias pela metade. Não está permitida a importação de animais vivos para abate, nem recria e engorda. O Brasil reestabeleceu o comércio de animais para reprodução e exposição, exceto para Santa Catarina, estado livre de aftosa sem vacinação", explica o secretário da SDA.

Kroetz ressalta que o Paraguai não tem interesse de exportar o chamado "boi em pé" para abate no Brasil. Segundo ele, a circular 28 liberou a entrada de carne com osso, condicionada à compra do produto em estabelecimentos com aval do Serviço Nacional de Qualidade e Saúde Animal (Senacsa) do Paraguai e à desossa em locais certificados pelo Serviço de Inspeção Federal (SIF).

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