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A Homeopatia na Suinocultura


Anna Thais Gomes

Anna Thaís Gomes

Zootecnista

Departamento de Comunicação Real H

Com o crescente aumento da população mundial principalmente nos países pobres, aumentou também a demanda pela produção de proteína de origem animal. A exploração de suínos tem ocupado um lugar de destaque no mercado interno e externo porque permite produzir em reduzido espaço físico, grande quantidade de proteína de origem animal em um período inferior ao exigido por sistemas de produção de outras espécies, o que possibilita que muitos agricultores garantam a sua renda através desta atividade.

A suinocultura brasileira tem dado claros sinais de crescimento no mercado interno com potencial para abertura de novos mercados. Dados da ABIPECS (2009) demonstram que no ano de 2008 houve um aumento no consumo de carne suína, ultrapassando os 13 kg per capta. A produção, que no ano de 2007 foi de 2,98 milhões de toneladas, terminou 2008 com média de 3,03 milhões de toneladas e previsão de aumento de 2,3% para o ano de 2009.

Os incrementos na produção, com melhores índices de produtividade, maior número de animais terminados por matriz e diminuição da mortalidade proporcionaram o aumento da competitividade e fortaleceram o setor, porém, mesmo com todos os avanços na Suinocultura Brasileira, alguns fatores como alimentação, água, instalações e manejo, ainda afetam a eficiência do sistema, principalmente no aspecto sanitário da criação de suínos e podem servir de entrave na conquista do mercado externo.

Todas estas mudanças que ocorreram no cenário da Suinocultura Brasileira contribuíram para que os riscos de surgimento de doenças infecciosas nesta atividade fossem ampliados. E a alta prevalência de enfermidades que acometem os suínos no seu estágio inicial de vida, denominado “fase de creche" e culminam com altos índices de mortalidade não só caracterizam a deficiência dos programas de controle como trazem grandes prejuízos econômicos afetando diretamente a qualidade e eficiência dos sistemas de produção.

Dentre as formas de controle utilizadas na produção de suínos, algumas medidas como utilização da genética, manejo profilático, cuidados higiênico-sanitários, vacinação, etc. podem garantir melhores resultados para o suinocultor. Porém, algumas vezes estes cuidados podem não ser suficientes e o produtor acaba amargando o custo de se ter um animal doente no seu plantel.

Nestas situações, somente o tratamento dos animais doentes vai garantir a plena recuperação destes animais e evitar que a doença se dissemine para o restante da granja.

Frente à necessidade do tratamento, os suinocultores lançam mão de substâncias químicas farmacologicamente ativas, como os antibióticos, antimicrobianos, etc., e acabam por utilizar estes produtos de forma indiscriminada, diminuindo sua eficácia e segurança e favorecendo o desenvolvimento de cepas resistentes, dificultando ainda mais o controle efetivo destas enfermidades.

Ademais, muitas destas substâncias químicas têm a sua utilização proibida em animais de produção, visto que são capazes de não só deixar resíduos no alimento ou no meio ambiente como também de causar intoxicações e reações alérgicas no consumidor, interferindo diretamente na qualidade do produto final e fomentando todos os mitos já existentes acerca do consumo da carne suína.

Face a esta situação e ao fato de que a Suinocultura por si só já tem potencial altamente poluidor e pode representar grande fonte de degradação, muito se tem discutido a respeito de formas alternativas de profilaxia e de tratamento que sejam efetivas, porém econômicas e livres de efeitos secundários importantes.

A utilização da homeopatia na produção animal tem sido amplamente difundida e já se firmou como uma opção aos tratamentos convencionais, ante todas as vantagens oferecidas por esta terapêutica. Na Alemanha, na década de 90, por exemplo, 90% dos médicos veterinários já utilizavam medicamentos homeopáticos e hoje o mercado externo demonstra grande aceitação de produtos oriundos deste tipo de produção, comprovando que produzir de forma natural pode ser um caminho para a abertura de novos mercados.

Desta forma, os medicamentos homeopáticos têm como finalidade reequilibrar o organismo do animal, para que este tenha as suas defesas altamente estimuladas, propiciando muito mais velocidade nas respostas do sistema imune e na regulação nervosa, dando ao produtor não só a possibilidade da cura como também da prevenção.

Na suinocultura, através dos benefícios da homeopatia, o produtor tem a vantagem de diminuir o manejo e o gasto com medicamentos e mão-de-obra e ainda incrementar a sua produção, garantindo a rentabilidade do sistema e agregando maior valor ao produto. Outro grande diferencial dos produtos homeopáticos se deve à inexistência de qualquer substância ativa capaz de deixar resíduos no alimento ou no meio ambiente, fato este que contribui muito para a recuperação e manutenção do equilíbrio ambiental da granja.

Além disso, são produtos que atendem à todas as fases da criação de suínos, sem utilizar o manejo excessivo, já que serão misturados à ração ou água de bebida.

Portanto, hoje já é possível dispor de tecnologias que permitam não só produzir de forma sustentável como garantir a rentabilidade do sistema respeitando o animal, o meio ambiente e o consumidor. Tudo isso sem pesar no bolso e sem abrir mão da qualidade.

REFERÊNCIAS:

ABIPECS – Associação Brasileira da Indústria Produtora e Exportadora de Carne Suína. Disponível em http://www.abipecs.org.br/. Acesso em 03/2009.

MEMENTO HOMEOPÁTICO VETERINÁRIO. 6ª Edição. Campo Grande. Fevereiro , 2009.

 

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