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A mulher nas empresas familiares (II)


Prof. João Mariano
“Conflitos, responsabilidades, caminhos, decisões”

As transformações sociais são cada vez mais rápidas e com isso homens e mulheres vêem seus papéis pessoais, sociais e profissionais sofrerem transformações às quais tem que se adaptar rapidamente, para continuar tendo qualidade de vida. É um conflito constante, o que era certo antigamente já não vale na educação e no relacionamento com os filhos e os parceiros. Os papéis mudaram e a adaptação gera esforços enormes, principalmente da mulher, cujo dia internacional deve ser comemorado com prazer e consciência, lembrando das pioneiras que morreram ou sofreram antes que esta data surgisse.


Mudanças Sociais e os Novos Papéis : da doméstica à parceira ...se antigamente elas ligavam para o parceiro na empresa, perguntando “bem, como faço o frango?”...ou apareciam para pegar o cheque das compras ou cartão de crédito, hoje, amadurecendo e ocupando um espaço maior na sociedade, elas costumam ter suas próprias fontes de renda, às vezes até sozinhas e melhor realizadas que os parceiros.

É uma primeira e positiva mudança entre ser sustentada e dividir esforços, orçamentos e responsabilidades. Infelizmente, ainda existe uma minoria, que se acomoda na posição de domésticas, sem uma visão maior do enriquecimento de suas vidas. Ou as “mantidas, como amantes ou segundo lar”, que se contentam com o papel, principalmente se o parceiro é generoso com presentes e outros itens. Ou algumas ainda jovens, na casa dos 30/40 anos, que se julgam velhas para estudar, reciclar conhecimentos e buscar novos caminhos. É uma pena, já que nas faculdades hoje elas são maioria na maior parte dos cursos e estão entrando e vencendo em profissões onde antigamente só predominavam os homens como aviação e rodeios....

Em algumas cidades, pode-se perceber que as mulheres de autoridades municipais e grandes empresários, tem nas atividades filantrópicas uma oportunidade de realização profissional, pessoal e social e isso acaba gerando um crescimento das atividades sociais dos municípios e conseqüentemente, uma melhoria na qualidade de vida das pessoas que dependem das entidades.

A Mulher nos Negócios Familiares : conflitos, responsabilidades, divisão de papéis....a partir da pesquisa iniciada em 1981, sobre as empresas familiares, coletando mais de 1.000 artigos e tendo lido duas dezenas de livros, alguns em espanhol para sentir como se trata o tema em outros países, observei que também nessa área existem mudanças, algumas positivas e outras negativas. Existem mulheres que relutam em assumir alguma posição nos negócios da família, achando não ter a necessária competência funcional. Felizmente, muitas descobrem em tempo, que são talentos natos e que podem dirigir os negócios da família, tão bem ou melhor que os parceiros.

Aí começa a confusão, ele, o parceiro, não está tão preparado para dividir decisões, já que tradicionalmente no lar brasileiro, ainda prevalecem decisões masculinas como diretriz para famílias. São aquelas frases “vou falar com meu marido”....” se ele aprovar, eu compro”....”bom, quem decide é ele”....que nos deixam tristes, vindo daquelas que ainda não tiveram “peito” para se posicionar e decidir as questões que lhe cabem nestes novos tempos. A sensibilidade, que lhes permite ter um desempenho melhor em atividades que envolvam pessoas, marketing, vendas, criatividade, faz também com que tenham medo de dizer “NÃO” aos parceiros, de provocar um confronto, mesmo que produtivo.

Pôr outro lado, aquelas que tem coragem e assumem um posicionamento mais firme estão mudando seus negócios, indústrias, comércios ou serviços, de forma gradativa, porém com foco. Quando estruturei o livro em áudio (cd-voz), “As 10 dicas do Sucesso da Empresa Familiar”, entrevistei algumas dezenas de empresárias, em negócios de ramos e portes diferentes e com raríssimas exceções, não haviam dúvidas sobre como se posicionar em relação ao parceiro, aos negócios, filhos, futuro. Endossei essa forma de pensar também no meu segundo áudio (cd-voz) “Sugestões para Solucionar Problemas na Gestão Familiar”, valorizando o papel da mulher, como capaz de tocar qualquer tipo de empresa, de qualquer porte, se adequadamente preparada para isso, dos filhos, que devem ter o direito de “dizer não” ou “sim” aos negócios da família e até dos pais, que podem dizer “não” também aos filhos mal preparados, que desejam entrar na marra nos negócios ou ter suas retiradas sem contribuir na geração das receitas.

Tenho estimulado pessoas acomodadas, mulheres e homens, a retomar os estudos, sejam de curso superior ou mesmo cursos rápidos, que possam melhorar seu desempenho, já que a competição é cada vez mais acirrada. A briga não deve ser em casa, na vida doméstica, mas pelo conhecimento, pelo envolvimento com as causas sociais, pôr conseguir dar aos filhos uma educação mais adequada nesta época de internet ou modismos como tatuagens, “piercings” e outras violações corporais., às vezes aceitas pelos pais como “moda passageira”, por não desejarem “pensar com “maior profundidade” tais situações...Eu diria até que as gerações 60, que curtiu a fase “hippie e amor livre” com intensidade...e 70, que curtiu loucamente a fase “rock on roll”, correram menos perigo que essa geração 90, que se atira de cabeça na “adrenalina” e na “web”.


Por outro lado, os modelos éticos que rondam essa geração, sejam os políticos brasileiros que estão na mídia a todo momento, sem punição alguma, poderão criar a idéia “que as coisas são assim mesmo”, que “pode tirar que não haverá punição alguma”....Eis aí um ponto a ser pensado pelos pais, na educação dos filhos, transmitindo-lhes um modelo ético sério e não a “ética política” do momento, para evitar que tenham problemas na sua vida profissional no futuro. A geração 80, sofre por outro fator, que é buscar intensamente a formação escolar, especialização, montar negócios próprios, já que as transformações exigem cada vez mais pagando menos. Para ser um executivo de sucesso, aos 26 anos, tem que ter um MBA e falar no mínimo duas línguas estrangeiras e a redução crescente dos postos de trabalhos nas indústrias, comércios e serviços, fez com que a competição se tornasse mais acirrada e até menos ética com os pares no mesmo nível.

Uma das mudanças negativas do comportamento das mulheres reflete numa postura mais dura, quando assumem o poder, dando razão ao ditado “dê o poder à alguém para conhecê-lo de verdade”...., tornando-se “importantes e ocupadas”, como os antigos “coronéis das usinas”, que exigiam sempre serem chamados de “doutor” pelos subalternos e secretárias e “montavam um cenário”, antes de atender alguém em seus negócios. A mulher deve lutar para se manter feminina, sem imitar comportamentos masculinos, mesmo porque o caminho para o futuro é a informação, principalmente se estiver envolvida com negócios familiares, em que características diferentes exigem um conhecimento específico e orientado para que sejam perpetuados através das gerações.

Divisão de Papéis : filhos, companheiros, sociedade....talvez seja onde ela sofra mais e reclame com razão, tendo que correr para levar os filhos à escola, agradar o companheiro e ainda buscar um papel social que a realize, sem rótulos como “madame”, “dondoca”.....Cabe ao parceiro assumir uma postura mais moderna, aprender a lavar pratos e trocar fraldas, arrumar um tempo para fazer um rodízio nos papéis e responsabilidades com os filhos e até sociais. É preciso um amadurecimento conjunto do relacionamento, para que frutifique e tenha seqüência....Parceria é a palavra de “ouro” .....

Criando o Futuro : qualidade de vida, sucesso, felicidade ....se antigamente as mulheres somente iam mais fundo nos relacionamentos, quando envolvidas emocionalmente, hoje isto está mudando e na juventude, com uma displicência perigosa,que lembra os tempos dos “hippies e amor livre”....eles ficam....e ficam...e ficam...sem se importar com os riscos e com isso gerando estatísticas de gravidez na adolescência e doenças graves....Os “aborrecentes”, termo que a mídia já popularizou, parecem não ter medo de nada, sentem-se “super-donos da verdade”, dominam a informática numa velocidade incrível, sendo fato crianças de 8 anos de idade entrarem sozinhas e navegarem pela Web (internet)..... Aos saudosistas, nesta idade, a gente amarrava um barbante num cabo de vassoura e fingia que era um cavalo....Propaga-se a cultura da “informática”, principalmente nos meios escolares, tudo mastigado, tudo pronto, gerando uma geração de acomodados, que não pesquisa nada, não lêem, não estudam, buscam as coisas prontas e quando podem contratam trabalhos escolares para não ter o trabalho de fazê-los....Alguns professores “fecham os olhos” e dão notas porque os alunos “são clientes”, principalmente nas escolas particulares e “clientes sempre tem razão”...Se engrossar, o caso termina na Coordenação ou Diretoria e o professor poderá ser até punido, já que os donos de colégios e faculdades particulares também acham que “clientes sempre tem razão”....E com isso, a qualidade dos estudos continua indo para o buraco....

É hora de refletir, a WEB é fantástica ferramenta, mas é preciso um pouco de freio ou não sabemos onde vamos chegar....Quanto aos limites, do que se pode ou não, autoridades não permitem que menores trabalhem e famílias mais pobres sofrem com isso....mas permitem que se abram lojas de “tattoons”, onde se furam orelhas, nariz, umbigos, línguas e até locais mais íntimos, sem uma fiscalização maior....Pais e filhos precisam refletir nos limites entre o que se pode ou não fazer em suas idades, pois os fatos, como do casal de namorados que foi assassinado na Grande São Paulo, quando foram acampar escondidos da família, ainda refletem na mídia. Assim como as aberrações de comportamento, que levaram netos a assassinar avós e filhos, aos pais, como um bastante rumoroso, que ecoa recentemente na mídia, jornais e tvs de todo país. Os filhos precisam de um pouquinho mais de “autoridade”, de pais que consigam dizer “Não”, quando for necessário, do que de “amigos liberais”, que liberam demais e depois se arrependem. As drogas estão nas cidades, mesmo no interior, exigindo atenção constante. Existe uma ansiedade na juventude pôr adrenalina, pôr fatos radicais que coloca em perigo as famílias. É preciso se antecipar, buscando caminhos equilibrados para pais e filhos....Reagir apenas poderá ser tarde demais....O sucesso depende como sempre do equilíbrio entre o que faz bem ou não e a felicidade é uma conquista a ser feita em degraus e momentos consecutivos.....quem parar perde o “trem”, seja do sucesso ou da felicidade.

Algumas dicas de leituras : Mulheres Alteradas:I,II,III,IV (Maitena), As Herdeiras (R.Bernhoeft), O Princípio Dilbert (Scott Adams), Ensinar Aprendendo (Içami Tiba), A Ética na Empresa Familiar (João Bosco Lodi), O Jeito Brasileiro de Administrar de Lilian Gonçalves (Rainha da Noite em São Paulo), “Dicas de Sucesso para Novos Empresários” + Amar é Preciso + Os Caminhos Para uma Vida a Dois (Maria Helena Matarazzo), Gestão Viva (Jair Moggi), Zapp em Ação (Alfredo Pires de Castro).

Algumas dicas de sites úteis: www.bolsademulher.com.br (bem estar, comportamento,serviços,cursos,terapias,moda, acessórios) / www.juliolobos.com.br (autor dos livros Adeus,Amélia e Mulheres que Abrem Passagem) / www.workshop.com.br (autor Márcio Miranda, DVD sobre Negociação para Mulheres) / www.work.com.br ou www.dulcemagalhaes.com.br(Dra.Dulce Magalhães, educadora de adultos, ótimos artigos).

Alguns sites para baixar artigos do autor : www.remade.com.br (opiniões), www.agrolink.com.br (colunistas...joão mariano de almeida ....), www.faconsultoria (secretarias....colunas...joão mariano de almeida ....), www.revistasim.com.br (opinião), www.vendamais.com.br (varejo + empreendedorismo), www.cade.com.br ou www.altavista.com ou www.google.com.br (empresas familiares...joão mariano de almeida) .

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