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A nova dinâmica de percevejos no sistema de produção


IHARA

Germison Tomquelski

Paulo Chagas

(Desafio Agro)

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Nas últimas safras, algumas pragas têm levado os produtores a adotarem mais estratégias, em função das dificuldades e prejuízos. São grandes as perdas nas culturas de soja, milho e algodão no Brasil em virtude das pragas. Os desafios são frequentes com as novas pragas desde o desconhecimento da biologia, identificação, problemas de alternativas de controle e mesmo desgaste de algumas estratégias. 

Fatores como a presença dos hospedeiros o ano todo, plantas remanescentes de safras anteriores “tigueras”, aliado a outros fatores como condições climáticas favoráveis, de altas temperaturas e de inverno ameno, tornam-se ideais para a multiplicação dos insetos.

Essa maior quantidade de insetos é um grande desafio para o produtor que busca o aumento em produtividade-rentabilidade por área nos últimos anos. No entanto a agricultura tropical é desafiadora e o uso inadequado de alguns inseticidas químicos e biotecnologias levaram a natureza nos dar uma resposta. Pragas antes tratadas como secundárias passaram a causar danos significativas as lavouras (“pest shift”), além daquelas que já demonstravam alto potencial destrutivo, passando pelo processo resistência, inviabilizando e aumentando ainda mais a necessidade de controle. 

Os percevejos fitófagos atualmente são as mais importantes pragas no sistema de produção soja - milho. O percevejo-marrom, Euschistus heros (Heteroptera: Pentatomidae), apresenta ampla distribuição nas lavouras da região do Cerrado. No entanto outras espécies de percevejos estão ingressando no agroecossistema como o percevejo barriga-verde (Dichelops (Diceraeus) melacanthus D.furcatus), ocorrendo em determinadas áreas com grandes prejuízos. Esta espécie apresentam ciclo menor, maior capacidade de reprodução, além de permanecer mais tempo no solo, atacando as culturas após a emergência.  

De modo geral os danos dos percevejos na cultura da soja ocorrem na fase reprodutiva a partir da formação das vagens, também comumente chamado da formação dos “canivetinhos”, levando a queda dos mesmos e após a má formação dos grãos. Nesta fase os percevejos se concentram nestas partes, tanto como ninfas e adultos. Em milho o ponto de crescimento das plantas é o alvo na fase inicial, sendo os percevejos do gênero Diceraeus sp. os que levam aos maiores prejuízos. Seu estilete consegue atingir o meristema das plantas levando a deformação das mesmas, comprometendo o desenvolvimento e consequentemente a ocorrência de plantas “dominadas” que não produzem espigas. 

Os percevejos após a colheita podem ainda ficar na área – palhada e outros hospedeiros, ou mesmo saindo para áreas adjacentes. Muitas vezes é uma “conta que fica”. Este comportamento tem levado a implementação de técnicas do manejo desta praga até a colheita, sendo cada vez mais importante o trabalho da dinâmica populacional. 

Diante destes cenários desafiadores somente o resgate do Manejo Integrado de Pragas, com melhor conhecimento da biologia, amostragem e boas estratégias de controle levará o produtor a vencer estas batalhas, provendo produtividade e rentabilidade ao seu negócio. 
 

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