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Cálcio, o nutriente que controla a acidez do solo


Amélio Dall’Agnol

Os três elementos básicos utilizados na fertilização dos campos de produção agrícola são o nitrogênio, o fósforo e o potássio, reconhecidos pela sigla NPK. No entanto, o terceiro nutriente mais requerido pelas plantas não participa desse trio; é o cálcio, um dos seis macronutrientes encontrados na natureza e, embora essencial para o desenvolvimento dos cultivos, tem sido relegado à condição de elemento secundário nas funções que desempenha como nutriente.

Mas sua importância, avaliada pela quantidade do nutriente absorvida pelos vegetais, é até mais importante do que o fósforo, um dos três nutrientes básicos dos fertilizantes. O cálcio, juntamente com o magnésio e o potássio, constitui outro trio de macronutrientes essenciais às plantas; o dos metais alcalinos, as bases trocáveis que ocupam a maior parte do complexo de trocas solo-planta. Na maior parte das propriedades agrícolas, os três elementos necessitam de complementação nutricional, via corretivos e fertilizantes. O cálcio e o magnésio podem ser supridos com calcário dolomítico. Já o potássio, necessita ser adicionado como fertilizante químico, pelo menos nas quantidades exportadas pelas colheitas.

Enquanto na maioria dos solos tropicais a abundância de Ca, Mg e K se dá na ordem decrescente, essa relação se inverte nos tecidos dos vegetais, nos quais as concentrações de potássio são superiores às de cálcio e magnésio. O potássio é o segundo nutriente mais absorvido pelas plantas cultivadas e sua manutenção em níveis adequados é fundamental.

O cálcio é o principal elemento químico do calcário utilizado nas lavouras para neutralizar a acidez dos solos, em um processo denominado de calagem. O cálcio lidera o combate à toxidez do alumínio, do manganês e do cobre, elevando o pH do solo para níveis não tóxicos. Atua, também, na composição da parede celular, na germinação do grão de pólen e no crescimento do tubo polínico. Adicionalmente, auxilia na disponibilidade de molibdênio, importante no processo de fixação biológica do nitrogênio, além de contribuir para o fortalecimento de todos os órgãos das plantas, principalmente raízes e folhas.

Em consequência de sua baixa mobilidade, os sintomas de carência de cálcio aparecem primeiro nas folhas e órgãos mais novos da planta. A mobilidade do cálcio no interior da planta é mínima, ante o que ocorre com os outros dois cátions (potássio e magnésio), que facilmente podem ser remobilizados de um tecido para outro, atendendo as demandas nutricionais do vegetal.

O cálcio é encontrado no solo na forma de carbonatos, sulfatos e silicatos e na solução do solo ele se apresenta em concentrações muito baixas, particularmente nos solos ácidos das regiões tropicais. De uma maneira geral, os solos brasileiros não apresentam deficiência de cálcio, principalmente os tropicais, mas seu cultivo continuado e sem reposição dos volumes exportados pelas colheitas, pode torná-los deficientes do nutriente, que precisa ser adicionado via calagem. Um problema da falta de cálcio é a morte de gemas apicais e a perda de eficiência da fixação biológica de nitrogênio em leguminosas.

Os solos brasileiros precisam muito de calcário para o fornecimento do cálcio que culturas como a soja demandam em grandes quantidades.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

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