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Criptomoedas – o futuro do sistema monetário


Vinícius André de Oliveira

Cada vez mais torna-se comum o assunto sobre criptomoedas e, como tudo o que é ligado à tecnologia ocorre de forma muito rápida, neste caso não foi diferente. As criptomoedas são basicamente moedas digitais e que são movimentadas por um sistema descentralizado e criptografado conhecido como blockchain, que é uma cadeia de blocos que registra dados e compartilha transações em um consenso entre as partes, sem qualquer regulação ou intermédio de terceiros. O blockchain é que grava todas as movimentações de moedas na rede.

As criptomoedas podem ainda, de maneira mais abrangente, ser definidas como ativos digitais. A mais famosa e mais movimentada é a Bitcoin. Essa moeda já é aceita como meio de pagamento em diversos lugares nos mais diferentes países. Desde companhias aéreas japonesas à padarias em São Paulo já disponibilizam essa opção. Além disso, a Bitcoin é utilizada como forma de investimento já que desde a sua criação, em 2009, a moeda obteve uma valorização extraordinária ultrapassando os R$30.000,00 na data deste texto. O gráfico a seguir demonstra a disparada no preço nos últimos anos.

 

Embora os ativos digitais já sejam uma realidade e representem uma evolução positiva no sistema monetário, existem muitas críticas por parte, principalmente, dos bancos e dos governos de forma geral. A principal delas é que as criptomoedas são utilizadas para fraudes e práticas ilícitas, pois impedem o seu rastreamento. Ora, isso nada mais é do que o medo do novo e da ameaça que isso representa aos poderes estabelecidos e ao controle que as instituições detém sobre o sistema.

É o mesmo barulho que houve quando o lastro em commodities deixou de existir no final do acordo de Bretton Woods em 1971, que acabou com a conversibilidade do dólar em ouro. Inacreditavelmente, ainda hoje, algumas pessoas – inclusive economistas, para minha tristeza – ainda falam em lastro. Outra bobagem é considerar o fato que as criptomoedas podem sugerir alguma abertura a movimentações fraudulentas como comentei há pouco. Se fosse assim teríamos que extinguir todas as moedas em espécie, pois sobre essa não existe qualquer forma de rastreabilidade e controle por parte de quem quer que seja. Para isso é só lembrar do meio mais utilizado em casos de corrupção no Brasil, por exemplo.

O fato é que à medida que o tempo passa, mais vergonhosas e ingênuas parecem as declarações de bancos e governos quando tentam de alguma forma desqualificar ou embutir algum adjetivo negativo às cryptocurrencies.

Felizmente, isso aos poucos tem mudado. O Banco Central Chinês e o Russo, países em que o controle estatal sobre tudo é fortíssimo e baseado em ideologias ultrapassadas, afirmaram recentemente estar desenvolvendo protótipos de moedas digitais próprias. Até o FMI – Fundo Monetário Internacional, através da CEO Christine Lagarde, defendeu que as moedas digitais podem ajudar países com instituições domésticas fracas e instabilidade cambial.

É, talvez, inocente querer ignorar a transformação que está ocorrendo no sistema monetário. As criptomoedas estão ajudando a revolucionar esse sistema e a movimentar também o mercado financeiro.

Não sou profeta, mas acredito, que de uma maneira ou de outra, em pouco tempo todos farão uso de moedas digitais.
 

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