
No Brasil, assim como em muitos países em desenvolvimento, principalmente na esfera federal, o governo é grande tomador de recursos. No mercado interno, o mecanismo de controle de moeda por meio de emissão de títulos públicos, não apenas serve para regular o volume de moeda em circulação, como também serve para captar recursos para financiamento do Tesouro Nacional. No mercado externo, a dívida contraída por meio da emissão de papéis do governo brasileiro constitui parte da dívida externa.
Hoje, observamos os grandiosos impactos da dívida pública nos negócios empresariais. O governo concorre com recursos que poderiam ser canalizados para as empresas privadas. As taxas de juros no mercado interno, consideradas as maiores do planeta, sempre estão na dependência de quanto o mercado está disposto a receber para comprar títulos do governo, pois se o governo praticar taxas muito baixas, as quais favorecem os empresários nacionais, corre o risco de não conseguir vender seus títulos e “rolar” a dívida interna da União.
As taxas de juros exigidas dos títulos privados colocados no mercado financeiro internacional dependem, em parte, da credibilidade do governo brasileiro no exterior. A necessidade de dispor de dólares para saldar dívidas no exterior exige saldos positivos na Balança Comercial. O governo está sempre favorecendo as exportações e dificultando as importações.
Todos os empreendimentos precisam do apoio do governo e do mercado financeiro, principalmente para a captação e aplicação de recursos. No Brasil, a obtenção de empréstimos a curto prazo para pequenas empresas, normalmente é solicitado nas instituições financeiras privadas, que cobram altíssimas taxas de juros mensais; enquanto isso, para as grandes empresas o governo consegue a liberação de valores invejáveis e cobra pequenas taxas de juros anuais, e carência para iniciar o pagamento.
A partir da década de 1990, o crescente índice de desemprego, originado, em parte, pelos “Pedidos de Demissão Voluntária”, conhecidos como PDV, e a racionalização global da economia existente atualmente, contribuíram para que qualquer pessoa se tornasse um pequeno empresário.
A cada dia acabou surgindo, do nada, uma infinidade de novas empresas no Brasil, dirigidas de forma amadora, com conseqüências imprevisíveis. Com grandes expectativas para o crescimento do próprio negócio, acabaram entrando na ciranda financeira do endividamento.
Essas novas empresas enfrentam grandes dificuldades em vencer as barreiras, e a maioria não completa sequer um ano no exercício de suas atividades no mercado.
É muito simples. Compare uma empresa de grande porte, por exemplo, uma montadora de veículos automotivos. Ela é internacional e por isso tem linhas de créditos que vão além da nossa imaginação, além das facilidades que os governos subsidiam, com locais estratégicos, isentando-as dos pagamentos de impostos por muitos anos e muito mais.
Particularmente, não tenho nada contra esta prática dos governadores, pelo contrário, vejo que existe a geração de novos empregos, beneficiando assim muitos profissionais e desempregados. O que ocorre é que, para beneficiar as grandes empresas, os governos sustentam um verdadeiro descaso com os micros, pequenos e médios empresários. A maioria dos incentivos que a mídia faz questão de divulgar nem sempre passam de projetos mirabolantes, ao contrário do que acontece com as grandes empresas.
Se você está pensando em se tornar um micro ou pequeno empresário, procure antes se qualificar ao máximo, diminuindo, assim, os riscos eminentes de qualquer atividade profissional.
Caso você seja um profissional, avalie as diretrizes de sua profissão ou negócio, reduzindo os custos, delegando tão-somente o essencialmente indispensável. Desta forma, dependa cada vez mais de sua produtividade e assim sobrarão mais recursos para sanar ou manter seus compromissos em dia.
O mercado financeiro não está em local físico específico, mas é representado por transações. No jargão do mercado financeiro é comum ouvirmos que o mercado está agitado, nervoso ou calmo. Um dos termômetros utilizados é a variação das taxas de juros e variações nas cotações das moedas e dos papéis negociados diariamente em bolsas de valores, e diretamente entre os intermediários financeiros.
As empresas, além de serem pressionadas por seus clientes por melhores serviços e menores preços, são fiscalizadas por diversos órgãos governamentais. Considere os impactos das estruturas de mercado e das políticas nas ações empresariais, ressaltando a importância do equilíbrio entre o número de vendedores e de compradores; considere o funcionamento da concorrência, do oligopólio e do monopólio, analisando seus reflexos nas negociações empresariais e no composto mercadológico. Hoje, o administrador financeiro necessita conhecer a estrutura do mercado em que sua empresa está inserida para atuar melhor em negociações comerciais.
As diversas políticas econômicas: monetária – operações de mercado aberto, recolhimentos compulsórios e taxas de redescontos; fiscal, cambial e de rendas ilustram vários exemplos de influência da variação cambial nas exportações.
As políticas cambiais de outros países e blocos econômicos também têm importância para o administrador financeiro. Quando uma moeda está valorizada em relação ao dólar, as compras internacionais nesta moeda ficam mais “baratas” em dólares, sendo mais fácil para o exportador brasileiro vender para o país que utiliza essa moeda.
Dê especial atenção à formação das taxas de juros e aos fatores determinantes no custo do capital das fontes de financiamentos: condições de mercado, decisões operacionais das empresas e volume de recursos a serem financiados. O governo atua decisivamente por ser o maior tomador de recursos, apresentando algumas alternativas de financiamentos para as empresas.
Finalmente, se as empresas pudessem contar com a colaboração dos nossos governantes, inclusive com tratamentos diferenciados no contexto crédito e financiamento, estaríamos com uma economia fortalecida para alavancarmos o crescimento e sairmos da complexidade da desigualdade na busca do sucesso de um desenvolvimento econômico sustentável para um Brasil melhor.