Na esteira da enorme liquidez que o mundo vive nestes últimos anos, um processo especulativo acabou sendo gerado, elevando os preços das mercadorias e aquecendo a economia global. Este aquecimento é sinônimo de maior inflação, fato que deverá levar os Bancos Centrais do mundo a um maior controle sobre os preços internos via correções das taxas de juros. Tal liquidez é elevada pelo aumento nos preços do petróleo, o qual se dá pela especulação em cima da idéia de que faltará esta energia no mundo, alimentada pela necessidade dos EUA em diversificar suas fontes de energia. Neste contexto, o mercado mundial dos grãos teve seus preços inflacionados, a começar pelo milho, passando pela soja e terminando no trigo. Sem falar nos óleos vegetais. Desta forma, na Bolsa de Cereais de Chicago, neste início de junho, o trigo registrou o maior preço dos últimos 11 anos. O óleo de soja teve sua cotação mais elevada desde 1984. O milho viu seu preço aumentar em 81% desde agosto passado, após 96% de elevação em fevereiro deste ano. O grão de soja atingiu a sua mais alta cotação nos últimos três anos, ganhando 52% desde setembro passado. O farelo de soja, no mesmo período de 10 meses, ganhou 46% enquanto o arroz se elevou em 23%. Tudo isto, diante de uma inflação entre 2% e 3% anuais nos EUA. Paralelamente, o estopim desta enorme especulação mundial, o petróleo, teve seu preço internacional (o tipo Brent do Mar do Norte) majorado em 465% desde o final de 1998. Apenas nos últimos dois anos e meio o preço do "ouro negro" subiu 89%. Imediatamente, o preço de alguns insumos agrícolas passou a acompanhar este ritmo. No interior gaúcho, em um ano, certos tipos de fertilizantes subiram mais de 40%. Outros, como o cloreto de potássio, levaram apenas seis meses para aumentarem 54%.
