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Os segredos e desafios da máxima produtividade nos grãos


Opinião Livre

Por Cristiano Jannuzzi, gerente agronômico da Netafim

A produtividade é a moeda do produtor. Conseguir produzir com qualidade e em quantidade, fazem parte do desafio diário dos agricultores brasileiros. Mas, nem sempre todo potencial das plantas é expressado, seja por dificuldade climáticas, problemas de manejo, entre outros. E como driblar esses obstáculos?

Déficit ou excessos podem comprometer os resultados da colheita. Deficiências nutricionais no solo, alta infestação de pragas e doenças ou aplicação excessiva de água são exemplos de como uma má gestão da cultura pode influenciar de forma negativa na produtividade.

Para dar suporte ao produtor em safras mais produtivas, a israelense Netafim oferece ao agricultor soluções de irrigação inteligente e nutrirrigação. Por meio de tubos subterrâneos a irrigação acontece de gota a gota levando água e fertilizantes diretamente na raiz da planta auxiliando no desenvolvimento pleno de cada um dos grãos.  

Assim, produzir volumes que até então pareciam impossíveis já são realidade nos campos brasileiros. Para isso, a Netafim foi buscar parceria de importantes consultores com proposito de conhecer melhor as necessidades das regiões.

No oeste da Bahia, Armando Ayres de Araújo, da Conap Consultoria, foi um dos primeiros a chegar na região acompanhando todo desenvolvimento das áreas de grãos no estado. Segundo ele, nos últimos 5 anos as irregularidades pluviométricas causaram significativas perdas às lavouras de grãos não irrigadas do oeste da Bahia. Esses prejuízos consecutivos acenderam o sinal de alerta dos produtores, que passaram a ver na irrigação inteligente uma saída para evitar o estresse hídrico e as baixas rentabilidades.

Sendo possível oferecer água a uma área maior, com o mesmo volume do recurso natural, Araújo conta que os agricultores baianos, poderiam produzir até 300 scs/ha de milho e 100 scs/ha de soja, de forma acessível. Atualmente, os levantamentos realizados pela Conab (Companhia Nacional de Abastecimento) revelam produtividade média de 163 sacas/hectare de milho e 56 scs/ha da oleaginosa na safra 2016/17. São ganhos expressivos de produção que o próprio consultor destaca como fundamental para a evolução dos grãos no estado.

E os benefícios não param por aí, com o sistema gota a gota é possível irrigar 100% da área independente de seu formato ou topografia, garantindo maior retorno de produtividade nas culturas, além de melhorar a eficiência energética – já que com a mesma infraestrutura é possível irrigar áreas 20% a 40% maiores.

De cada 100 litros de água aplicados por inundação, apenas 45 litros chegam na planta, sendo que na irrigação inteligente a eficiência é de 95%. Assim, é possível afirmar que a irrigação por gotejamento torna a água mais produtiva. O sistema reduz o consumo do recurso natural em 60%, ao mesmo tempo que garante ganhos superiores a 40% no rendimento dos grãos.

Mas, não pense que a tecnologia leva só água para a raiz da planta, por meio da nutrirrigação é possível transportar água e fertilizantes diretamente na raiz – quando necessário até mesmo defensivos agrícolas (quimigação) -, tudo na quantidade certa para cada cultura. O ponto crucial é que as plantas apresentam melhores resultados quando alimentadas aos poucos e em pequenas quantidades, por isso os ganhos de produtividade são expressivos.

Por ser subterrâneo e automatizado, o sistema não requer grande investimento em mão de obra e o produtor não precisa se preocupar com deriva por vento ou evaporação. Ligado a uma central de distribuição e monitoramento, o agricultor tem acesso a toda a área de cobertura sem necessitar entrar de maquinário pesado e/ou pessoas na lavoura, diminuindo a compactação do solo, o que garante, mais uma vez, maior qualidade da nutrição e produtividade.

Além disso, é importante destacar que a irrigação é fundamental até mesmo nos períodos chuvosos. Ao contrário do que se imagina, na estação chuvosa a nutrirrigação se torna ainda mais fundamental, já que grandes ou constantes volumes de precipitação causam lixiviação e lavagem que comprometem até 25% da quantidade de potássio e nitrogênio no solo.

A agricultura está cada vez mais tecnificada e esse é um caminho sem volta. Ter uma produção de precisão, realizar o manejo de solo, controle de doenças e pragas, aplicação de fertilizantes, controle da população das plantas e irrigação sustentável são fundamentais para garantir altos números e bom rendimento.

Mas, a agricultura não é apenas um meio de renda, o produtor tem a responsabilidade de alimentar o mundo. Segundo dados da FAO (Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura) até 2050 a demanda mundial de alimentos chegará a 9 bilhões, impondo às lideranças globais o desafio de aumentar a produção agrícola de maneira sustentável. Para que isso aconteça, a produção mundial de alimentos deve crescer cerca de 70% em um curto espaço de tempo.

No Brasil, o estudo de projeção da produção agropecuária realizado pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) em parceria com a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), revelou que a produção brasileira de grãos deverá aumentar em 21,5% nos próximos 10 anos, chegando a 288,2 milhões de toneladas, um acréscimo de 51 milhões de toneladas em relação à atual safra (2016/2017), de 237,2 milhões de toneladas.

Assim a utilização de sistemas de irrigação com alta eficiência é capaz de conciliar todas as demandas da sociedade, tanto daqueles que desejam um uso racional dos recursos hídricos, dos produtores que almejam economia de custos e ganho de produtividade, além de ser possível atender as necessidades de abastecimento de alimentos de forma sustentável.

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