
A pinha (Anonna squamosa L.) ao contrário do que muitos pensam não é nativa do Brasil. A sua origem mais provável é as Antilhas e regiões circunvizinhas. Após a sua introdução a pinha se adaptou bem às condições climáticas brasileiras, principalmente do Nordeste, aonde pode ser encontrada desde o semi-árido até o litoral. A sua ocorrência é mais freqüente na zona do agreste, tendo se tornado uma das principais atividades econômicas daquela região.
O Nordeste contribuiu com aproximadamente 87% da produção brasileira (IBGE, 1996), dos quais 70% foram da Bahia, Pernambuco, Alagoas e Rio Grande do Norte. Os municípios Santa Cruz da Baixa Verde e Pedra, em Pernambuco, Central, na Bahia, Florânia, no Rio Grande do Norte e Igaci, em Alagoas, produziram mais de um milhão de frutos. Já Palmeira dos Índios e Estrela de Alagoas, em Alagoas, Uibaí e Presidente Dutra, na Bahia, apresentaram, naquele ano, produção acima de dois milhões de frutos e áreas superiores aos 200 ha. O cultivo da pinha tem se mostrado social e economicamente importante para vários municípios do agreste e sertão, contribuindo para fixação do homem no campo.
A produção destina-se a feiras livres e Ceasa’s das principais capitais. As Ceasa’s de São Paulo, Rio de janeiro, Minas Gerais, Paraná e Distrito federal têm recebido um bom volume de pinha, tornando os preços atrativos, principalmente nos meses de outubro e novembro.
Embora a região Nordeste seja a maior produtora, o estado de São Paulo, mais precisamente os municípios de Cafelândia e Jales têm se destacado pela alta produtividade (em torno de 23 mil frutos/ha). Enquanto isso a produtividade média nos onze principais municípios produtores citados anteriormente fica em torno de oito mil e setecentos frutos/ha. A tecnologia adotada na maioria desses municípios é muito variável, havendo produtores que não usam quase nenhuma tecnologia moderna, como irrigação, nutrição adequada, polinização artificial, etc., comprometendo a produtividade e qualidade dos frutos produzidos. Outro fator que deve ser ressaltado é que na maioria desses municípios o plantio se dá em regime de sequeiro e que as chuvas são irregulares. Além disso, nas áreas tradicionais como Palmeira dos Índios e Estrela de Alagoas a maior parte do plantio é antigo e possui plantas muito distintas.
Devido aos bons preços alcançados em diferentes regiões, o cultivo da pinha tem sido implementado nos perímetros irrigados do Vale do São Francisco, estando, atualmente, com 721 ha instalados. Muitos plantios são recentes e as plantas ainda não atingiram a sua produ-ção máxima, no entanto, no ano de 2000, foi observada produtividade de até 14,96 t/ha.
Embora o futuro da pinha nos cultivos irrigados seja promissor, é no cultivo de sequeiro que ela apresenta maior importância social, merecendo uma maior atenção por parte dos órgãos competentes ligados ao agronegócio da mesma. Ao contrário dos perímetros irrigados, nas áreas tradicionais de cultivo, geralmente de sequeiro, às vezes o cultivo da pinha representa a única alternativa agrícola viável. Portanto, as pesquisas em relação ao manejo e seleção de genótipos provenientes destes plantios devem ser intensificadas. Na seleção desses genótipos dever-se-á levar em consideração as plantas mais produtivas, que possuam frutos de qualidade, resistente a pragas e doenças e a seca. Deve-se ressaltar a importância da seleção ou recomendação de mais de um clone tornando os plantios heterogêneos e por conseqüência, menos suscetíveis a pragas e doenças. Tais clones deverão ser homogêneos apenas quanto às características comerciais, porém diferentes nos demais caracteres.