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Copenhagen, um grande piquenique?


Amado de Olveira Filho
O ex-reitor da UNB, Prof. José Carlos de Almeida Azevedo, doutor em física pelo Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT) dos EUA, afirmou e consta dos anais da Audiência Pública realizada na Câmara dos Deputados, realizada no último dia 12/11 em Brasília, que a Conferência de Copenhagen este ano, não passaria de um grande piquenique. Claro, todos os presentes, pegos de surpresa, ouvindo uma afirmação desta tiveram reações diversas. Alguns beiraram o escárnio. Pessoalmente, achei um pouco exagerada a fala daquela autoridade.
No decorrer de sua fala, muitos mudaram de opinião. Mesmo dispondo de pouco tempo para seu depoimento, o velho cientista ofereceu informações valiosíssimas e preocupantes, especialmente para aqueles que acreditam e, de alivio para os que acreditavam que o Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC) e suas publicações estão corretas quanto ao fato de que a ação do homem interfere absolutamente sobre o clima do planeta.
Sem dúvidas, é um tema complexo e não pode ser tratado com paixões e muito menos politizá-lo com vistas às próximas eleições, especialmente em Mato Grosso. Mas, voltando ao Prof. José Carlos e sua afirmação do piquenique de Copenhagen, quando analisamos as posições dos Estados Unidos e da China, podemos afirmar que o Professor está certo. Se a definição será tomada apenas no próximo ano, porque o mundo voltar-se para Copenhagen? Sem dúvidas, qualquer coisa que não seja apenas o envio de alguns observadores, se trata de um grande piquenique e, na maioria dos casos, com dinheiro público.
As posições do Professor José Carlos e do IPCC são completamente antagônicas. Ambas devem ser consideradas e, numa eventual convergência, eliminar radicalismos das partes. É importante considerar que o ex-reitor não está sozinho nesta história. Soma a ele cientistas como o Presidente da Federação Mundial de Cientistas Prof. Antônio Zichini que critica a debilidade dos modelos matemáticos do IPCC e conclui por recomendar que o tema do aquecimento volte aos laboratórios e condena a busca de notoriedade pelos alarmistas das adesões intempestivas.
Para os dois professores o IPCC é um órgão político e não científico e, ainda, que não há prova de que o CO2 gerado pelo homem seja o vilão que se divulga. Para eles, o clima da terra sofre influências de manchas solares, de raios cósmicos, de ciclos da terra em sua órbita, vulcanismo, nuvens, correntes oceânicas e tantas outras que sugerem, que todos nós devemos buscar conhecer para não embarcarmos em modismos. Assim, fica claro então que desde já estabeleçamos o principio da precaução para não sofrermos prejuízos.
Em seus argumentos o Prof. José Carlos recomenda a leitura dos resultados dos seminários internacionais da Fundação Ettore Majorana, Erice, Itália. Recomenda ainda estudos das posições da Universidade de Wisconsin. Da mesma forma, recomenda a leitura do depoimento do competente metereologista Robert M. Carter ao Senado dos Estados Unidos, além de uma lista de milhares de cientistas críticos do IPCC. Segundo ele, nestes documentos científicos o leitor iniciará a compreender o que de fato está ocorrendo com o clima.
E o piquenique? Bem, como a própria Dinamarca, anfitriã do encontro, está propondo que a definição fique para meados de 2010 na Alemanha ou no final do mesmo ano no México, está confirmado o piquenique. Se não for isto, no mínimo o brilho do evento já está comprometido. O resultado já está antecipado, será tão somente o estabelecimento “firme” de um prazo para a definição e assinatura de um belo texto completo e, que finalmente deverá recepcionar as assinaturas de presidentes de países de primeiro mundo.
No mais, discursos, bravatas e comemorações das recentes publicações, para eles, da não menos importante lista da revista Forbes. Porém, gastar dinheiro público com uma grande comitiva em Copenhagen é um desserviço que será prestado ao Estado.

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