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Crise, hora de investir em conhecimento.


Eleri Hamer
Não pretendo entrar no debate do tamanho do problema e tampouco se vai nos afetar mais ou menos. O que nos interesse agora é pensarmos nas melhores estratégias para enfrentá-la e que nos permita aproveitar as oportunidades que virão.
Quando o mundo está em crise as pessoas e naturalmente as empresas tendem a se retrair e esperar a tempestade passar. De forma previsível as práticas mais corriqueiras constituem-se na redução de custos, notadamente no marketing e na formação profissional, e a eliminação de investimentos.
É óbvio que estas estratégias servem no imediato, mas não são efetivas no médio prazo e servem apenas para algumas empresas ou profissionais.
Se considerarmos que nestes momentos de turbulência o efeito principal é a retração de demanda devemos levar em conta que de um lado ela se manifesta de forma distinta nos vários setores e de outro, que os concorrentes estão em estágios diferentes no mercado.
Significa que, cada setor desenvolve as suas próprias características de enfrentar a situação e de outro lado, se você já estava em vantagem no mercado essa vantagem poderá se manter, mas se estava em dificuldade, ela com certeza se agravará.
Desse modo, se estamos num mundo que agora se retrai quem fizer um esforço adicional para aparecer ou se preparar, fortalecendo os seus músculos, tende a sair em vantagem quando a crise se dissipar.
Pode-se dizer que só reduzir a atividade para gastar menos energia não contribui para melhorar a situação e se você esperar muito para ver o que vai acontecer pode não dar mais tempo de fazer alguma coisa.
Haverá o momento em que a crise vai se dissipar, não interessa quando isso vai acontecer. Se em 2010, 2011 ou somente em 2012. A verdade é que a gangorra vai retomar a curva de ascendência e nesse momento onde você e sua empresa deverão estar?
Por isso, é prudente que se prepare para quando a economia estiver novamente em crescimento.
E nessa hipótese a melhor estratégia é investir em conhecimento de alta qualidade que poderá ser obtido através de um bom programa de capacitação para os funcionários mais comprometidos, consultorias de performance e cursos de média duração (MBA’s e especializações) nas áreas mais deficitárias.
Desse modo, quem priorizar ou estiver disposto ao sacrifício e investir numa boa formação agora, na crise, quando a maioria está se retraindo, chegará em melhores condições lá por 2011 ou 2012.
É verdade que essa prática também tende a cair em períodos como esse, mas são exatamente estratégias dessa natureza, de investimento em conhecimento, que tem gerado os maiores diferenciais competitivos.
Tenho percebido que os melhores profissionais e as melhores empresas, com grande longevidade, adotam pelo menos dois comportamentos similares.
Primeiro que ambos adotam um modelo de planejamento contigenciado e segundo, tem no conhecimento o seu ativo principal, dando manutenção a ele de forma estratégica.
Dito de outra forma, não trabalham com a corda no pescoço e mantém reservas financeiras e de energia já alocadas no próprio planejamento o que lhes confere segurança e tempo estratégico para reorganizar as coisas nos momentos de crise.
E, ao invés de ter no imobilizado físico o seu principal ativo, intensificam o investimento em conhecimento de modo contínuo, período a período, o que as torna capazes de retomar a frente com maior rapidez toda vez que há um solavanco na economia, a tecnologia muda ou o cliente for mais exigente.
É possível perceber esse movimento a medida que é cada vez maior o número de empresas que estão investindo em Portais Educacionais, Universidades Corporativas e treinamentos customizados.
Enfim, 2009 está só começando, mas é bom arregaçar as mangas e não apenas esperar que a solução caia do céu ou torcer para que a crise passe logo.
Uma boa semana de Gestão & Negócios.

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