Dia destes tive a oportunidade de conhecer Ivoti/RS onde fui levado a uma tanoaria que eu classifico o local onde se desempenha a arte (que alguns insistem em classificar como ´atividade´) de produzir de barris.
Sem puxar ou empurrar comercialmente nada nem ninguém, mas mencionando que ainda hoje existem pessoas dedicadas a esta não menos importante arte, considerando que barris são usados para conservar diversas bebidas e que diferença faz uma bebida conservada num barril de carvalho!
Num estado como o RS, produtor de diversos tipos de bebidas, eu creio que o básico detalhe de manter as bebidas produzidas seja algo de muita importância tanto para a qualidade como para o aroma e sabor da bebida.
Além de necessários para as bebidas, esses barris podem ser produzidos com capacidades de 1,5 até 200 litros, ou até mais, dependendo da solicitação. Somente para se ter uma ideia: já foram fabricadas banheiras de ofurô...
A família Leuck, que fabrica os barris, chegou no Brasil em 1827 e hoje encontra-se na 7ª. geração fazendo e fabricando o mesmo que fazia na Alemanha: barris e vinhos.
Os barris eram fabricados com algumas madeiras brasileiras, porém, com o tempo, notou-se que o mais indicado seria utilizar o carvalho, mas importar madeira é algo extremamente difícil e dispendioso. A opção foi comprar os barris de carvalho dos importadores de malte de uísque - e após diversos processos e técnicas - utilizar a mesma madeira em barris de diferentes tamanhos e finalidades.
Para mim que pouco tenho em comum com qualquer tipo de trabalho manual, pareceu-me ser um trabalho artesanal complexo e demorado. Mas claro que estamos tratando de algo maior que um próprio trabalho ou retrabalho de madeira, mas sim de uma interessante e particular arte.
Não poderia esquecer de mencionar-lhes o vinho - aliás, conhecendo um pouco da mentalidade germânica, presumo que tenha sido o primeiro vinho feito ainda na Alemanha que tenha dado origem à fabricação dos barris de madeira - possivelmente considerados raridades industriais há alguns séculos atrás...
Sim, os vinhos são fabricados de maneira artesanal em adega própria, mas mesmo não sendo um sommelier encontrei aromas e sabores inconfundíveis tanto no Tannat como no Cabernet Sauvignon lá cuidadosamente produzidos.(www.tanoarialeuck.no.comunidades.net/[email protected])