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Nota dez para o agronegócio II


Vinícius André de Oliveira
Conforme havia prometido no texto passado, pretendo dar continuidade ao retrospecto bem como às expectativas do agronegócio brasileiro, detalhando um pouco as principais culturas plantadas no país. Devo para isso – e não poderia ser diferente – começar com a SOJA: por mais uma vez esse foi o grão mais cultivado e o líder de exportações em 2014. O Brasil é o segundo maior produtor de soja do mundo, perdendo apenas para os Estados Unidos. A safra 2013/2014 foi de 85,6 milhões de toneladas com uma área plantada de 30,1 milhões de hectares. O consumo interno do grão foi de 38,5 milhões de toneladas enquanto as exportações somaram 42,8 milhões somente em grãos, sem contar farelo e óleo. Quanto às perspectivas para a safra 2014/2015 são de expansão da produção mundial e demanda no mercado interno razoavelmente aquecida. A comercialização será favorecida pelo câmbio com preocupação no custo dos insumos. 
MILHO: novamente perdendo espaço para o plantio de soja a produção brasileira da safra 2013/2014 ficou em 79,9 milhões de toneladas e a expectativa é de redução da área plantada estimada entre 1,8% e 3,7% para a safra seguinte com a produção alcançando no máximo 77,3 a 78,1 milhões de toneladas. Já os preços devem permanecer inalterados, pois apesar da expectativa de produção menor os estoques estão relativamente altos.
TRIGO: a produção de trigo no Brasil segundo a Conab ficou em 7,7 milhões de toneladas com uma área colhida de 2,7 milhões de hectares em 2014. Há tendência de aumento da demanda estimada em 12 milhões de toneladas. O ponto fraco dessa cultura é que a maior parte da produção nacional não se enquadra nas exigências da indústria de farinha para panificação o que cria espaço para o produto importado.
CAFÉ: o Brasil é o maior produtor mundial de café, no entanto a safra 2013/2014 foi bastante prejudicada pela estiagem no ano. Com isso a produção registrou queda em relação à produção anterior que foi de 49,2 milhões de sacas ficando em 45,1 milhões de sacas. Já a estimativa para 2015 é de que a produção diminua ainda mais fechando em 41,1 milhões de sacas. Apesar disso, a comercialização não deve garantir boa renda ao produtor visto que boa parte dos países europeus provavelmente reduzirão a demanda diante da crise financeira. Somado a isso boa parte das lavouras irá requerer mais investimentos para recuperar os índices de produtividade e qualidade. Portanto, o foco deverá ser o de cafés especiais cada vez mais valorizados pelos consumidores.
De modo geral, as perspectivas para as diversas culturas são boas com possibilidade de aumento de produtividade e ganhos mais altos em mercados e nichos especiais. Entretanto, a economia brasileira, assim como boa parte dos países consumidores dos nossos produtos, passa por um período de grandes dificuldades e ajustes o que exige muita atenção em todos os aspectos e cuidado no levantamento dos custos para a melhor escolha na hora do plantio. Boa sorte aos produtores!

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