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Por que os presidentes nunca sabem?


Jose Luiz Tejon Megido
Por José Luiz Tejon Megido, Conselheiro Fiscal do Conselho Científico para Agricultura Sustentável (CCAS)
Blatter, da Fifa, não sabia. Del Nero, da CBF, não sabia. Dilma não sabe. Lula nunca soube. Entramos numa era global onde “os presidentes nunca sabem”. Você acha isso possível? Se você já presidiu qualquer coisa na vida, desde empresas, sindicatos, condomínios, ou mesmo o clube de várzea do seu bairro, é impossível dizer que você “não sabia”. Você poderia “não querer ver”, para não criar confusões e oposições indesejadas. Dessa forma, como a coisa estava funcionando, até o negócio indo bem, você preferisse fazer vistas grossas a desvios, desonestidades, perseguições, assédios e coisas que tal. Mas ignorar?
Se verdade fosse, o presidente não saber, a primeira coisa a ser feita seria sua demissão incondicional. Pois revelaria despreparo, imaturidade e incompetência flagrante para o cargo. Uma das missões sagradas de um líder é a obstinação pela arte da vigilância. Missão, visão e acima de tudo valores, representam o talento magnânimo da liderança invisível. E essa é a que conta.
Não quando pessoas são auditadas, mas quando pessoas estão livres para a liberdade do livre arbítrio, o que fazem com esse poder? Se o jogam fora decidindo pelo crime, jogam fora o futuro. E o castigo inexorável do tempo termina por erguer a pá que revolve as obras e os legados de todo e qualquer ser humano. Ninguém escapa. Portanto, não existe a possibilidade do “presidente que não sabia”. Minimamente, demissão voluntária. Ou involuntária. Mas isso não é mais aceitável no reino de uma humanidade cada vez mais plena de tecnologia e obrigada a evoluir na consciência.
Fora presidentes que “não sabiam”. Passem a saber ou se demitam.

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