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Qual o destino dos BRIC’S?


Vinícius André de Oliveira
Inicialmente, Brasil, Rússia, Índia e China formariam em 2001 o que o economista Jim O’Neil chamou em seu estudo intitulado “Building Better Global Economic”, de Bric’s. Seria, portanto, um grupo de países emergentes, com economias parecidas e de similar potencial de desenvolvimento. Na época em que o estudo foi realizado os “BRIC’s”, no que diz respeito à política externa, econômica e institucional pareciam se apresentar de forma mais estável do que nos dias de hoje.
O momento atual nos traz, por exemplo, um Brasil extremamente desnorteado em relação à estabilidade da inflação, incapacitado de fazer a economia crescer – haja vista o crescimento do PIB sempre próximo de zero, possui política  fiscal inadequada, que espanta investimentos, entre outros problemas.
A Rússia encontra-se em conflito intenso com seu país vizinho, a Ucrânia, acerca da exploração de petróleo. Índia, talvez o país mais atrasado do grupo em diversos aspectos, possui os mesmos problemas de ordem fiscal e de estabelecer políticas de desenvolvimento. Deposita em seu novo primeiro-ministro, Narendra Modi, eleito recentemente, suas esperanças de mudança. A China por sua vez, já não cresce a 10% ao ano como vinha fazendo e seu mercado interno encontra-se saturado. Por fim, a África do Sul, último país agregado ao bloco, possui economia diversificada, porém em 2013 foi ultrapassado pela Nigéria e já não é mais a maior economia do continente.
Diante desses fatos podemos nos perguntar: qual será o destino dos Bric’s? Tenho notado um viés muito mais político e de maior participação nas decisões de ordem mundial do que interesse em fortalecimento econômico visando maior integração comercial com países desenvolvidos. E aí existe um risco enorme de desvirtuamento dos conceitos vislumbrados pelo economista no início dos anos 2000, visto que quase todos os países que formam o bloco possuem ou já possuíram formas de governar pouco democráticas, buscando interesse de pequenos grupos em detrimento do desenvolvimento do país, com governos muitas vezes populistas e que nada agregam para a estabilidade político-econômica dessas nações.
Em julho desse ano será realizada, aqui no Brasil, a VI Cúpula de Chefes de Estado dos Bric’s onde serão discutidos diversos temas que envolvem os países-membros e quais serão os próximos passos do grupo.
Será uma ótima oportunidade de conhecermos as ideias recentes de seus representantes e que destino se pretende dar a essa união que no passado foi vista como muito promissora, mas que atualmente não passa de uma reunião de países com problemas similares e com soluções incertas.
 
 
 

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