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Sobram estratégias e falta execução


Eleri Hamer

O regime sempre começa na segunda-feira. No final de semana desenham-se estratégias, mas quando o grande dia chega esquecemos demagogicamente de implantar o doloroso plano infalível.
Do mesmo modo que na vida pessoal, as gavetas da maioria das empresas estão cheias de planos estratégicos sem que um passo sequer tenha sido dado em direção à execução.
Uma das grandes questões no ensino da Administração e na própria gestão das empresas tem sido em relação às estratégias. Muito tempo e dinheiro tem sido gasto para elaborar planos, simular ambientes e definir ações.
O que acontece entretanto, é que muito pouco do que é elaborado, planejado e concebido torna-se ação. Grande parte das estratégias permanece no campo das idéias, ao passo que as empresas continuam a padecer do mesmo mal: a falta de ações em torno do que é necessário ser feito.
Conheço empresas reconhecidas nacionalmente que gastaram recursos significativos em consultorias renomadas para a elaboração de diagnósticos e planejamentos estratégicos, mas quando a fase de idealização deveria dar lugar a de efetivação, tudo ou quase tudo parou.
Na melhor das hipóteses são desempenhadas algumas atividades superficiais, mas que pouco alteram a rota do negócio em si. Não mechem no core business. Como se quisessem enganar a si mesmos.
Se você está achando isso um absurdo, veja bem, provavelmente já tenha acontecido algo semelhante na sua empresa também. É bastante comum as empresas nem perceberem que estão se iludindo.
A questão central desse problema está no líder máximo. Ou chefe, como algumas empresas ainda tem. Ele é o responsável pela coordenação e em última instância a execução daquilo que é planejado com inteligência.
Na prática, se a empresa precisa de alguma mudança e de outro lado temos os caminhos e as ações necessárias, qual é o grande entrave que inviabiliza a execução, se não a falta de liderança em implantar?
Por isso, além de um conjunto de outras, uma das características principais de um líder é a sua capacidade de executar as estratégias. Como diz o indiano Ran Charam, uma das maiores autoridades no assunto, “a execução faz a diferença”.
Dentre algumas questões que necessitam ser definidas antes de tudo é o genuíno interesse do líder em ir até o fim e atacar as questões essenciais, não somente as periféricas.
A regra 80/20, amplamente utilizada em estratégias é fundamental na execução. Essa regra quer dizer que 20% das ações estratégicas resultam em 80% do impacto sobre os resultados.
Desse modo, é fundamental que o líder, chefe, proprietário ou empreendedor tenha a coragem necessária de fazer o que precisa ser feito e não selecionar as mais fáceis, normalmente as indolores, mas de pouco impacto.
Ao sabor da vontade do líder, muitas vezes ele acaba sabotando a si próprio ao preferir executar somente parte do plano.
Para auxiliar no processo de execução, além da coragem, somam-se dentre outras posturas, o acompanhamento sistemático de tudo o que está acontecendo. É fundamental manter-se informado sobre cada passo da execução.
Por fim, colocar as pessoas certas nos lugares certos é uma habilidade que diferencia chefes de líderes. Neste aspecto, ser capaz de delegar funções para as pessoas certas é uma competência que bem exercida, colabora para uma boa execução.
Equilibre o planejamento de estratégias e a sua conseqüente execução e tenhamos todos uma boa semana de Gestão & Negócios.

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