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Cotações do milho em Chicago se recuperaram

Prof. Dr. Argemiro Luís Brum; Jaciele Moreira


As cotações do milho em Chicago igualmente se recuperaram, fechando a quinta-feira (20) em US$ 3,91/bushel, após US$ 3,61 uma semana antes. No ano passado, nesta época, o bushel de milho valia US$ 3,37.

Na prática, a realidade do cereal nos EUA não difere muito da soja. Ou seja, a especulação climática provoca grande volatilidade nos preços, mesmo após o relatório de oferta e demanda do dia 12/07 anunciar uma possível safra maior do que o inicialmente esperado. O mês de julho é o mais decisivo devido a polinização das plantas, fato que deixa o mercado ainda mais atento às previsões climáticas.

Dito isso, as incertezas climáticas deverão perdurar nas próximas semanas. As condições das lavouras registraram perdas de um ponto percentual para o nível bom a ótimo, com o mesmo atingindo a 64% do total no dia 16/07.

Apesar disso, na exportação os prêmios no Golfo do México, local de embarque dos grãos estadunidenses, são os mais baixos desde o ano 2000 (cf. Safras & Mercado).

Na Argentina e no Paraguai a tonelada FOB de milho ficou em US$ 148,00 e US$ 95,00 respectivamente. 

No Brasil, o câmbio voltou a jogar contra as exportações ao se estabelecer, em parte da semana, ao redor de R$ 3,15, confirmando uma revalorização do Real. Assim, no porto de Santos o saco de milho esteve a R$ 27,50, porém, o mercado considera tal valor acima da paridade de exportação. Com o auge da colheita da safrinha nos próximos dias a tendência é de os preços recuarem bastante no interior paulista e nas demais regiões produtoras. Ora, se o mercado paulista continuar pagando melhor que o porto, a oferta se encaminhará para os compradores nacionais (cf. Safras & Mercado).

Neste contexto, a média gaúcha no balcão fechou a semana em R$ 22,42/saco, enquanto os lotes ficaram entre R$ 26,50 e R$ 27,00/saco. Nas demais praças nacionais os lotes oscilaram entre R$ 13,00/saco em Sorriso e Campo Novo do Parecis (MT) e R$ 27,00/saco em Concórdia (SC).

O problema nacional continua sendo uma grande oferta diante de exportações muito baixas, fato que impede qualquer recuperação nos preços do milho. Em julho, por exemplo, até meados do mês as exportações teriam chegado a 819.000 toneladas segundo a Secex, havendo expectativa para se embarcar 2 milhões de toneladas no total. Ora, o necessário, como estamos informando há semanas, é de 5 a 6 milhões de toneladas mensais, até 31/01/2018 (fechamento do atual ano comercial) para que os estoques sejam aliviados e a pressão negativa sobre os preços internos diminua consideravelmente. Corre-se o risco de o país ter que exportar milho a preços muito baixos para se ver “livre” dos estoques existentes. Além disso, há igualmente problemas de logística no mercado interno.

Enfim, o que está ajudando um pouco para a que os preços não recuem mais do que os valores atuais é a colheita da safrinha mais lenta do que o esperado em algumas regiões do país, fato que gera alguns problemas pontuais de oferta (cf. Safras & Mercado).

No acumulado do ano civil de 2017 (janeiro a meados de julho) o Brasil exportou tão somente 4,03 milhões de toneladas de milho, contra 12,6 milhões em igual momento do ano passado.

Por outro lado, a colheita da safrinha chegava a 33% no dia 14/07, contra 42% no mesmo momento do ano passado. No Mato Grosso a relação era de 47%, contra 54%, no Paraná de 28%, contra 46% e em Goiás de 30%, contra 35%.

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