Arroz: clima favorece avanço, mas preços limitam semeadura
RS avança na semeadura do arroz com 95% da área concluída
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De acordo com o Informativo Conjuntural divulgado pela Emater/RS-Ascar nesta quinta-feira (11), a semeadura do arroz no Rio Grande do Sul está próxima do encerramento. O avanço foi favorecido pelo período prolongado de dias ensolarados e pela “boa disponibilidade hídrica nos principais sistemas de irrigação”, conforme o boletim. Cerca de 5% da área ainda precisa ser concluída, mas fatores como possível redução de produtividade nas semeaduras tardias e o desestímulo causado pelos preços atuais podem influenciar a finalização.
As lavouras implantadas no início do período recomendado apresentam “estabelecimento uniforme e desenvolvimento vegetativo compatível com o esperado”. As áreas mais antigas iniciaram o florescimento, embora o índice seja inferior a 1%. Já nas áreas semeadas recentemente, sobretudo em novembro, são observadas falhas de estande em razão do déficit de chuva registrado nas últimas três semanas.
O informativo destaca que, de modo geral, há “evolução normal da cultura”, mas aumenta a preocupação com o manejo da água diante do rebaixamento inicial de alguns reservatórios. A área estimada para cultivo é de 920.081 hectares, com produtividade prevista em 8.752 kg/ha, segundo a Emater/RS-Ascar.
Na região administrativa de Bagé, as condições climáticas favoreceram o desenvolvimento das lavouras, embora áreas semeadas em novembro apresentem estande insuficiente. A continuidade da semeadura deve ser limitada, uma vez que semeaduras de dezembro apresentam menor potencial produtivo, somado ao “desestímulo econômico decorrente do baixo preço do arroz”. Em Quaraí, há rebaixamento dos reservatórios, mas sem risco imediato; em algumas áreas, foi necessário realizar “banhos” para garantir germinação uniforme.
Em São Borja, o tempo seco permitiu recuperar parte do atraso e a semeadura chegou a 97% dos 30.560 hectares previstos, restando áreas sem preparo prévio. Na região de Pelotas, seguem pendentes algumas áreas em Amaral Ferrador, Chuí, Pedro Osório e Rio Grande. As lavouras estão em fase de emergência e desenvolvimento vegetativo, com manejo de irrigação, controle de plantas daninhas, adubação em cobertura e monitoramento fitossanitário em andamento. Na região de Santa Maria, parte da área prevista não deve ser semeada por dificuldades de financiamento e desestímulo econômico.