Risco climático impulsiona busca por estabilidade

A irregularidade das chuvas no Centro-Oeste voltou a orientar o planejamento da segunda safra. Entre novembro e janeiro, várias regiões registraram precipitações muito abaixo da média, com destaque para o MATOPIBA e parte de Mato Grosso do Sul, onde veranicos longos se alternaram com chuvas concentradas. O atraso no plantio da soja reduziu a janela do milho e empurrou a semeadura para períodos de maior risco hídrico, como mostram dados que indicam avanço do plantio para depois de 25 de fevereiro em áreas de Mato Grosso. 

Com preços do milho em queda no primeiro trimestre, muitos produtores priorizaram culturas menos suscetíveis a perdas, abrindo espaço para o milheto granífero. A exigência hídrica em torno de 300 mm por ciclo tem garantido estabilidade mesmo diante das falhas de chuva observadas em Goiás, Mato Grosso do Sul e oeste da Bahia. Híbridos como ADRG 9060 e ADRG 9070 têm alcançado produtividades próximas de 50 sacas por hectare, com destaque para sua regularidade. Enquanto o milho sofre perdas acentuadas em fases críticas sob déficit hídrico, o milheto mantém desempenho em ambientes variáveis, além de contar com liquidez ampliada pela indústria de rações.

A produção de palhada fortalece o manejo do solo e reduz a infestação por nematoides, resultando em ganhos de produtividade na soja subsequente. O avanço da Integração Lavoura-Pecuária também impulsiona o consórcio com Brachiaria ruziziensis, que acelera a formação de massa verde e aumenta o aporte de matéria orgânica. Em um ano de riscos climáticos e margens apertadas, a diversificação reforça o papel do milheto como alternativa estável dentro da propriedade. As informações são do Grupo Atto.