Compras da China dão fôlego à soja em Chicago
Soja recua em Chicago após relatório do USDA
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A análise semanal da Central Internacional de Análises Econômicas e de Estudos de Mercado Agropecuário (Ceema), referente ao período de 14 a 20 de novembro e divulgada nesta quinta-feira (20), apontou que as cotações da soja em Chicago recuaram após a publicação do relatório de oferta e demanda do USDA, no dia 14.
Segundo o documento, “as cotações [...] recuaram após o anúncio do relatório”, mas, na sequência, retomaram fôlego devido a compras chinesas de soja dos Estados Unidos, após seis meses de ausência. O movimento, porém, “não durou muito”, e o fechamento desta quinta-feira ficou em US$ 11,22 por bushel, ante US$ 11,32 na semana anterior.
O relatório do USDA para o ciclo 2025/26 trouxe dados considerados neutros pelo mercado. A Ceema registrou que “o mercado esperava uma projeção de produção nos EUA entre 113 e 118 milhões de toneladas”, com média de 116,1 milhões, enquanto o número oficial de novembro foi de 115,8 milhões de toneladas, próximo da estimativa média. O órgão lembrou que o levantamento de setembro havia indicado 117,06 milhões de toneladas.
Os estoques finais nos Estados Unidos foram calculados em 7,9 milhões de toneladas, abaixo da média projetada pelo mercado, de 8,27 milhões, e dos 8,16 milhões informados em setembro. A produção mundial foi estimada em 421,8 milhões de toneladas, ante 425,9 milhões no mês anterior. Já os estoques globais caíram para 122 milhões de toneladas, frente aos 124 milhões divulgados em setembro. Com essas revisões, o preço médio ao produtor estadunidense foi ajustado para US$ 10,50 por bushel. A produção brasileira segue projetada em 175 milhões de toneladas, enquanto a argentina foi estimada em 48,5 milhões.
A Ceema destacou ainda que “a principal notícia [...] foi a compra de soja estadunidense por parte da China”. O país adquiriu sete navios do grão, o que impulsionou momentaneamente as cotações em Chicago, mas pressionou os prêmios nos portos brasileiros. O comportamento do mercado nas próximas semanas deve seguir influenciado por esse fator e pelo avanço do plantio e desenvolvimento da safra sul-americana.
Na mesma Bolsa, o farelo de soja atingiu US$ 330,80 por tonelada curta, a maior cotação desde 3 de outubro de 2024. O óleo permaneceu estável, entre 50 e 52 centavos de dólar por libra-peso.