“Aumento da soja até o fim do ano é enganoso”
"Não é mau agouro, é matemática pura", diz a TF Agroeconômica
De acordo com um relatório do Commerzbank, os preços de soja na Bolsa de Chicago (CBOT) devem continuar elevados neste ano, refletindo a oferta ainda relativamente apertada do grão e do óleo de soja. No entanto, a TF Agroeconômica afirma que esse aumento é enganoso, visto que os custos de carregamento estão altos.
Nesse cenário, o banco estima preço de US$ 13,50 por bushel no quarto trimestre de 2021. "Novamente, previsões meteorológicas desfavoráveis de mais longo prazo para o Brasil e os Estados Unidos aumentaram o risco de alta dos preços", disse a analista do banco Michaela Helbing-Kühl.
“Alguns leitores podem interpretar erroneamente a análise feita pelo banco acima, ao afirmar que as cotações da soja se manterão elevada até o final do ano. Gostaríamos de lembrar que “o banco estima preço de US$ 13,50 por bushel no quarto trimestre de 2021”, como está dito acima, mas o último fechamento, para maio, foi de $ 14,91/bushel e, para novembro, de $ 13,99/bushel, de modo que, aparentemente, nada deverá mudar no preço da soja física atual no Brasil, principalmente se levarmos em conta que a projeção feita pelo último Boletim Focus para dezembro de 2021 para o dólar é de R$ 5,10, contra o fechamento a R$ 5,08 desta segunda-feira", contesta a TF Agroeconômica.
O Commerzbank destacou que a demanda deve continuar forte, com a China importando 103 milhões de toneladas de soja em 2021/22, 3 milhões de toneladas mais do que no ciclo anterior. Além disso, a área de soja nos EUA, que ficou abaixo da expectativa de analistas, também dá suporte às cotações no complexo soja, afirmou Michaela. “Uma terceira observação é, na hipótese improvável de o preço da soja voltar para R$ 180,00/saca mais no final do ano, ele não terá o mesmo valor (lucro) que teve em maio passado, devido aos custos do carregamento da posição. Não é mau agouro, é matemática pura”, conclui a consultoria.