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10º Encontro de previsão de safra Anec/Anea

Durante o evento, foram apresentados os dados mais atuais sobre a safra de soja, milho e algodão

O presidente da Associação Brasileira dos Produtores de Algodão (Abrapa), Milton Garbugio, participou na quarta-feira, 20 de fevereiro, do 10º Encontro de Previsão de Safra Anec/Anea, promovido pela Associação Nacional dos Exportadores de Cereais e pela Associação Nacional dos Exportadores de Algodão, em Brasília (DF). Durante o evento, foram apresentados os dados mais atuais sobre a safra de soja, milho e algodão, que permitem traçar prognósticos aproximados tanto de produção e produtividade, quanto de mercado, preço, custos, produtividade e rentabilidade. Os dados levantados na expedição Rally da Safra, que percorre as principais áreas produtoras das commodities no Brasil, foram expostos pelo presidente da Agroconsult, André Pessoa. Ele destacou a antecipação do plantio e da colheita em alguns estados, por conta de fatores climáticos, e ainda os efeitos da estiagem em áreas produtoras, que acarretou perdas na soja. No algodão, o veranico prolongado não chegou a causar problemas. As boas perspectivas de produção e produtividade da pluma devem compensar eventuais quebras na soja e no milho na rentabilidade do produtor.

O evento teve ainda um painel do qual participaram a ministra da Agricultura, Tereza Cristina, o secretário de Infraestrutura do Mapa, Marcelo Sampaio, o ex-secretário de Defesa do mesmo ministério, Luís Rangel, André Pessoa, os presidentes Aprosoja Brasil Bartolomeu Braz Pereira, e o da Anea, Henrique Snitkovski, com mediação do diretor da Anec e da Anea, Sérgio Mendes.

“A safra está muito bem. Foi plantada mais cedo no Mato Grosso, como safrinha, em função da colheita da soja ter sido antecipada. A cultura está bem implantada em todo o Brasil. Na Bahia, apesar de ter faltado um pouco de chuva, a produção deve ser muito boa, embora dificilmente se alcancem as mesmas produtividades do ano passado. No Mato Grosso, as chances são grandes. Vamos ter um ano de bons resultados”, disse Pessoa. Segundo o consultor, a produção do algodão vai ajudar a compensar a queda de rentabilidade na soja e no milho.

Sobre a guerra comercial entre Estados Unidos e China, que traz grandes oportunidades para o sojicultor brasileiro, André Pessoa afirma que o algodão também será beneficiado com o conflito, porém não na mesma proporção. “Apesar dos Estados Unidos terem essa restrição comercial, o algodão que entra na China, vira têxtil e depois é exportado não tem uma tarifação tão grande quanto aquele que eventualmente entra e é consumido no país. O impacto da tarifa é menor e a dependência da China em relação à importação do algodão americano não é tão grande quanto a da soja. Eles importam praticamente tudo o que consomem”, detalhou.

Certificações 

Durante o painel, foram expostos os desafios e as oportunidades para o setor. Os participantes ressaltaram a sustentabilidade da produção brasileira como um diferencial de mercado. Neste sentido, os produtores nacionais, que obedecem à mais rigorosa legislação trabalhista e ambiental, têm buscado desafios ainda mais difíceis que os que a própria legislação impõe. “O agricultor brasileiro subiu á régua, com certificações muito mais complexas de sustentabilidade do que a própria lei, como é o caso do BCI, para o algodão, e do Soja Plus”, disse André Pessoa, referindo-se à Better Cotton Initiative (BCI), entidade suíça referência em licenciamento de algodão sustentável, que, no Brasil, opera em benchmark com o programa Algodão Brasileiro Responsável (ABR), da Abrapa.

A logística foi outro tópico abordado no encontro. Os participantes deram ênfase à necessidade de portos, rodovias e hidrovias. O presidente da Anea, Henrique Snitcovski destacou o impacto da super safra de algodão no escoamento da produção, que alongará o fluxo de embarques e consequentemente exigirá uma adaptação do produtor. “Nesta safra, o Brasil deverá exportar em torno de 1,6 milhões de toneladas de algodão. Em geral, as exportações brasileiras ficavam concentradas no segundo semestre, quando o país costumava embarcar de 55% a 60% das suas exportações. No próximo ano, teremos de exportar ao longo dos doze meses do ano. O mais importante desafio é a regularidade. O setor está trabalhando em conjunto em busca de alternativas de escoamento”, disse Snitcovski.

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