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12 de outubro: Dia do Engenheiro Agrônomo

"Externo meu reconhecimento e gratidão a Deus por ter me dado o direito de amar a Vida, a Agricultura e a Agronomia"

Por *Eng. Agrº José Levi Pereira Montebelo

Em 1758 a população mundial era de menos 1 bilhão de seres humanos e Thomas Malthus em seus estudos sobre a humanidade, aquela época concluiu:

“A população humana cresce em progressão geométrica, enquanto a produção de alimentos cresce em progressão aritmética. O caos será inevitável a humanidade perecerá de fome!!!”

Hoje 2010 já somos quase 7 bilhões de seres humanos no planeta terra em crescimento e que acreditamos se estabilize em algumas décadas por volta de 9 bilhões.

Temos algo em torno de 1 bilhão de pessoas no mundo famintas ou com alguma subnutrição, mas o caos total não aconteceu.

A fome não advém da falta de produção de alimentos, mas sim da má distribuição de renda, educação, guerras, fanatismos religiosos, ideologias, etc., etc., incompreensível, mas real ainda no convívio do animal que chamamos de racional.

O modelo de alto consumo (maioria das vezes supérfluo) aliado a alta população causa a severa e atual apreensão de humanidade: desequilíbrio e destruição do planeta em função de tanta agressão aos recursos naturais.

Estudiosos apontam para o número em torno de menos de 2 bilhões de seres humanos como ideal e suportável para o planeta sem danos maiores aos recursos naturais e a biodiversidade.

Porém, somos quase 7 bilhões e chegaremos a 9 bilhões, o que fica claro e incontestável que a causa primeira de todo desequilíbrio somos nós: uma população excessiva ainda em crescimento que ameaça com seu modelo de alto consumo desequilibrado, o Planeta e as gerações futuras.

A vida é o bem maior do ser humano, não podemos portanto nem admitir a pergunta: quem tem o direito a mesma???, só nos restando o controle ético e racional da natalidade, sem deixar de preocupar-se com o fato de virmos a ter a frente uma população economicamente ativa envelhecida e portanto não auto-sustentável.

Nos resta de forma clara racionalmente sem emoção ideológica ou neurótica o convívio com a superpopulação, com modelo de consumo mais equilibrado e a busca por tecnologias cada vez menos impactante.

Em 1798 a tecnologia (ciências agrárias) cuidou de mostrar e provar que a previsão malthusiana estava errada. O homem não pereceu pela falta de alimentos e aliada as demais tecnologias só fez crescer e ameaçar ainda mais o equilíbrio dos recursos naturais. Ser racional nos deu a vantagem de dominar e, portanto ameaçar as demais espécies e os recursos naturais.

Claro fica que se não temos como controlar a já superpopulação (a causa), temos como alternativa o uso da racionalidade em busca de novas tecnologias como forma de impactar cada dia menos nosso ameaçado Planeta.

Se a vida é o bem maior, a sua manutenção é feita pelo combustível que a mantém acesa: “os alimentos.”

Os alimentos é a captação de energia solar pelos heterotróficos (plantas) para a manutenção dos autotróficos (animais) usufruindo toda energia solar e recursos naturais para nossa sobrevivência.

Esta produção de alimentos deve ser equilibrada e cada dia menos impactante através da tecnologia à luz das Ciências Agrárias e com técnicas de real sustentabilidade.

No Brasil nas ultimas décadas com acréscimo mínimo da área cultivada mais que dobramos a produção de alimentos em função da competência tecnológica da Agronomia. De importadores de alimentos há 30-40 anos atrás, somos hoje grandes exportadores mundiais de alimentos em crescimento e viabilizando a nação economicamente.

Uma frase resume a essência da tecnologia agronômica: “Quanto mais alimentos conseguimos tirar da terra...... menos terras iremos tirar da natureza.” Concluindo dobramos a produção de grãos praticamente na mesma área. Quantos milhões de hectares de terra deixaram de ser desmatadas para suprir a necessidade do povo brasileiro e do mundo???

Nas ultimas décadas produzindo mais por unidade de área (eficiência) fazendo o preço dos alimentos em valores reais caíram para o consumidor final a metade do preço no passado. Em suma possibilitamos colocar à mesa do brasileiro o dobro de alimentos com o mesmo valor de décadas atrás.

Será que o “Fome Zero” colocou tanto alimento na mesa dos excluídos quanto a Ciência Agronômica????...

Engenheiros Agrônomos do Brasil, ...... só nos resta mostrar a sociedade brasileira toda competência de nossa classe falando com orgulho do desempenho de nossa profissão, abandonando os paradigmas culturais que contrapõem a produção tecnológica de alimentos à produção natural (orgânicos), pois tanto uma quanto a outra são Tecnologias Agronômicas que se completam e jamais se contrapõem.

Resta-nos ainda romper as barreiras históricas e culturais que contrapõem no país o rural e o urbano, destorcendo a imagem da Agricultura e da Agronomia em nossa sociedade e em especial na sociedade e na mídia brasileira.

Dia 12 de outubro, dia de “Nossa Senhora”, dia das Crianças e do Engenheiro Agrônomo.

No nosso dia não poderíamos estar melhor dignificados, em companhia do amor de “Nossa Senhora” e da inocência e da pureza das “Crianças”, pois nossa engenharia não se fez só com cálculos exatos, mas antes de tudo com ciência, amor ao próximo, a natureza e com pureza da alma, pois com certeza é “amando a terra que o homem colhe a vida.”

Parabéns Engenheiros Agrônomos do Brasil por desempenho tecnológico tão eficiente e que as próximas décadas nos traga tecnológicas cada dia mais equilibrada possível, e que a sociedade Brasileira venha ter consciência e reconhecimento ao trabalho realizado pelas Ciências Agrárias.

12 de outubro de 2010... Externo meu reconhecimento e gratidão a Deus por ter me dado o direito de amar a Vida, a Agricultura e a Agronomia.

*Eng. Agrº José Levi Pereira Montebelo - Presidente da CONFAEAB

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