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203 propriedades mato-grossenses estão habilitadas para mercado europeu

Volume está aquém da demanda. Pedidos para a certificação superaram em duas vezes despachos


O Comitê Técnico da União Européia (UE) ampliou para 203 o número de propriedades mato-grossenses habilitadas a exportar carne bovina in natura para o mercado europeu dentro das normas da rastreabilidade. Agora, Mato Grosso já conta com 62 municípios com fazendas credenciadas. Na fila de espera por novas certificações em Mato Grosso superam em mais de duas vezes o número de fazendas autorizadas ao comércio até o momento.

O número de animais existentes nessas propriedades não foi informado pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa). Esta semana o comitê europeu deverá anunciar a lista atualizada com a inclusão de novas propriedades do Estado.

De acordo com Patrícia Cristina Borges Dias, da área do Sisbov (Sistema de Rastreabilidade Bovina) da Superintendência Regional do Mapa e coordenadora do programa em Mato Grosso, existe atualmente uma “lista de espera” com mais 492 propriedades aguardando aprovação da União Européia.

As liberações ocorrem após auditorias realizadas nas fazendas pelos técnicos do Mapa, em parceria com o Instituto de Defesa Agropecuária do Estado (Indea). Patrícia Cristina explicou que o resultado da auditagem passa pela avaliação de uma comissão estadual do Sisbov (Sistema de Rastreabilidade de Bovinos) e em seguida é encaminhada ao Mapa, em Brasília. Lá é feita uma nova avaliação para posterior envio da documentação à Comissão Veterinária da UE, que dá seu parecer final sobre a liberação e disponibiliza a nova lista em seu site.

A auditoria nas propriedades dura em média dois dias e consiste, entre outras atividades, na análise de controles de rastreabilidade das fazendas, levantamento do número de animais e de brincos, manejo sanitário, insumos e, principalmente, identificação dos animais, confrontando as informações com o banco de dados do Sisbov. Este procedimento pode levar até 60 dias. Segundo Patrícia Cristina, o prazo médio para a liberação da propriedade, após a aprovação da auditagem, gira em torno de 20 a 30 dias até a publicação oficial pelo comitê europeu.

Em Mato Grosso, o Sisbov conta com uma equipe de 48 auditores para executar o trabalho de auditagem nas propriedades, sendo 30 do Indea/MT e 18 do Mapa.

INGRESSO - A coordenadora estadual do Sisbov explica que o produtor interessado em participar deste mercado deve adequar sua propriedade às normas da rastreabilidade e, em seguida, procurar uma certificadora e solicitar a vistoria. Por último, deve solicitar auditagem do Mapa visando à habilitação para a União Européia.

FRIGORÍFICOS – Os frigoríficos também estão procurando se adequar às normas do Sisbov para exportar carne aos europeus. Em Mato Grosso, já são 10 frigoríficos credenciados – Frigoalta, de Pontes e Lacerda, Friboi (Barra do Garças, Pedra Preta e Araputanga), Perdigão (Mirassol D’Oeste), Marfrig (Paranatinga e Tangará da Serra), Frialto, de Maputá e Sinop e, Sadia, de Várzea Grande. (Veja quadro ao lado)

Dessas plantas, o Friboi de Barra do Garças é o que está abatendo o maior volume de animais para a Europa, cerca de duas mil cabeças por dia. O novo frigorífico Bertim, de Diamantino, com capacidade para abater até 3 mil bovinos/dia e já em operação, deverá ser habilitado para a Europa em 2010.

Segundo o Mapa, a participação dos exportadores no processo de rastreabilidade é fundamental para garantir a segurança do sistema.

O Sisbov prevê um rigoroso controle de certificação do rebanho, que envolve a identificação dos animais, bem como seu registro por um período mínimo de 90 dias na base nacional de dados Mapa.

Patrícia Cristina lembra que a rastreabilidade é exigida apenas para as propriedades interessadas em exportar carne in natura para o mercado europeu.

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