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6 fatos sobre a importância do herbicida 2,4-D para a agricultura

Herbicida é uma solução utilizada na operação de pré-plantio ou dessecação das plantas daninhas e para eliminar restos de outras culturas


O 2,4-D é um herbicida mundialmente conhecido. A molécula é uma solução utilizada na operação de pré-plantio ou dessecação das plantas daninhas e para eliminar restos de outras culturas antes do início de uma nova semeadura.

Há mais de 70 anos, o 2,4-D tem sido um dos herbicidas mais utilizados do mundo e atualmente é registrado em quase 100 países, com mais de 40 mil estudos desenvolvidos, passando por diversas revisões em relevantes entidades, como a Agência Regulamentadora do Canadá (PMRA), Agência Americana de Proteção Ambiental (EPA), Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), entre outras.

De acordo com informações da organização Iniciativa 2,4D, atualmente, o produto pode ser utilizado para culturas de trigo, milho, soja, arroz, arroz irrigado, cana-de-açúcar e pastagens e é uma importante ferramenta para aumentar a produtividade das lavouras e reduzir custos para o consumidor. A Iniciativa 2,4-D é um grupo formado por fabricantes do setor de defensivos agrícolas, que tem como propósito gerar informação técnica sobre o uso correto e seguro dos agroquímicos.   

1- Manejo de plantas daninhas 

Para Mauro Rizzardi, professor da Universidade de Passo Fundo e especialista em manejo de plantas daninhas, o 2,4-D se apresenta como uma das soluções mais eficientes no campo, pois é uma ferramenta essencial no manejo de plantas de difícil controle, como por exemplo, a buva, leiteiro, picão-preto, nabiça, corda-de-viola, guanxuma, poaia, trapoeraba, entre outras.   

“Esta é uma substância já conhecida pelos produtores e continua a ser uma boa alternativa como rotação de mecanismo de ação”, afirma o professor. “As plantas daninhas representam uma ameaça à produtividade no campo, pois geram competição por luz, nutrientes e água com as plantas cultivadas, o que tem impacto direto no resultado da lavoura. Uma buva por metro quadrado pode reduzir a produtividade de 4 a 12% – ou seja, pode chegar a até 6 sacos por hectare, o que equivale a uma perda acima de R$ 400,00. A baixa produtividade devido à presença de plantas daninhas que não são controladas pode chegar a 40%”, explica.  

Além do 2,4-D ter amplo aspectro de controle, apresenta uma ótima relação custo-beneficio quando comparado com outras opções de mercado. A molécula é extremamente importante como ferramenta para as estratégias de manejo de plantas daninhas de folha larga, considerando sua eficácia no controle de plantas resistentes e tolerantes ao glifosato e a outros herbicidas.   

2 – A polêmica do Agente Laranja 

Uma das principais discussões sobre o 2,4-D é sobre a associação do herbicida com o produto que foi utilizado como desfolhante na Guerra do Vietnã, conhecido como “Agente Laranja”. O 2,4-D foi um dos componentes do Agente Laranja, porém, associado à outra molécula, o 2,4,5-T. A produção e registro do 2,4,5-T foi descontinuado há quase 30 anos. Já o 2,4-D, é um produto diferente do Agente Laranja e continua sendo um dos herbicidas mais confiáveis e utilizados em todo o mundo.   

3 – Onde pode ser aplicado? 

O 2,4-D pode ser aplicado em lavouras de todas as culturas para as quais foi autorizado, mas isso depende da regulamentação de cada país. No Brasil, o uso do produto é liberado para a soja (dessecação de pré-plantio), cana-de-açúcar, milho, trigo, aveia, centeio, arroz e pastagens formadas.   

4 – Deriva 

Outra dúvida bastante relevante é o potencial que a deriva do 2,4-D pode causar em culturas sensíveis próximas. A deriva é um problema inerente de qualquer aplicação de produtos agrícolas, sendo assim, é preciso redobrar os esforços para que a tecnologia de aplicação e as condições climáticas sejam as mais adequadas, ajudando o produtor a otimizar suas operações e a reduzir as perdas, melhorando assim a produtividade no campo. 

Se o produtor utilizar técnicas adequadas de aplicação e respeitar as condições climáticas como ventos de 4 a 10 km/h, umidade do ar superior a 55% e temperatura inferior a 30°C, e utilizar pulverizadores com bicos e regulagens adequadas, a deriva pode ser minimizada.   

“Há um grande esforço de iniciativas privadas, em parceria com o meio acadêmico para educar o produtor sobre a importância da utilização correta dos herbicidas”, diz Jair Maggioni, coordenador da Inciativa 2,4-D. “Ações como esta têm produzido resultados positivos, reforçando a mensagem da importância dos cuidados na realização de um manejo sustentável que contribua para o aumento na produtividade e rentabilidade da lavoura, além de preservar a saúde e o meio ambiente”, afirma.     

5 – Movimentação de 2,4-D no solo 

De acordo com Iniciativa 2,4-D, há pequena chance do produto se mover no solo. A movimentação de 2,4-D no solo é normalmente inferior a 30 centímetros. Mesmo em solos arenosos, com baixo teores de matéria orgânica, os especialistas perceberam que o 2,4-D atinge no máximo 60 centímetros. Sendo assim, é improvável que o 2,4-D atinja lençóis freáticos em função da curta meia-vida no solo.  

6 – Produto não cancerígeno 

Pesquisas realizadas pela Organização Mundial da Saúde (OMS), Agência Internacional de Pesquisas sobre Câncer (IARC), Comissão Europeia e Agência Americana de Produção Ambiental (EPA) concluíram que o 2,4-D não é um produto cancerígeno ou mutagênico.
 

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