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A crescente procura pela aviação agrícola

Na safra passada, em Carazinho, constatou-se aumento de 70%


Na safra passada, em Carazinho, constatou-se aumento de 70% na busca por aplicação aérea nas culturas de milho e pipoca
 
Na região, que é essencialmente agrícola, as demandas que correspondem às áreas cultivadas estão cada vez aumentando. Para isso é fundamental o aprimoramento das técnicas utilizadas pelo agricultor para garantir altas produtividades em sua lavoura. As técnicas preventivas estão sendo utilizadas como um “seguro” para proteger as culturas, com vistas a garantir a produção. O uso de fungicidas para assegurar as culturas contra doenças é viável quando os agentes causais das doenças são sensíveis aos mesmos, quando esses apresentam segurança do ponto de vista ambiental e quando a sua aplicação proporciona retorno econômico.

O resultado positivo é notado quando a planta recebe pulverização, pois seu potencial de resistência aumenta. Os benefícios para o agricultor dependem também da implicação dos custos de aplicação: o custo dos produtos aplicados, das operações de aplicação e o investimento por dano de amassamento causado pelo tráfego das máquinas aplicadoras no campo. Uma alternativa para a sua redução ou eliminação pode ser a aplicação dos fungicidas por via aérea. “Referencio também as perdas por razão da compactação do solo, afetando a produtividade. Além dos prejuízos no transporte de vetores de uma lavoura contaminada para outra”, explica o funcionário da empresa AgroFly que realiza esse procedimento na região, Renato Farias.

Em muitos casos, o custo equivalente ao amassamento assume proporções importantes. O preço médio de uma aplicação varia de R$ 26,00 a R$ 28,00 por hectares, com a opção de pagamento na safra. Contando que na cultura de soja o amassamento é de 3% a 5%, em média de perda com o aplicador terrestre, o que resulta em dois sacos e meio a quatro sacos por hectares. “O preço da aplicação aérea é compensador, pois o aparelho terrestre danifica a planta. O que um pulverizador terrestre amassa das culturas, já se paga o custo da aplicação aérea”, comenta o presidente do Aeroclube de Carazinho, Dalton Schlichting.

As revendas fazem o pacote e a aplicação aérea está inclusa, para todos os tamanhos de área, variando apenas conforme a distância da área em questão, de uma pista onde o avião deve aterrizar. Segundo o presidente, nos últimos anos a procura tem sido excelente. “Nunca se voou tanto. Na região, a procura dobrou”, completa Schlichting.

O uso da aviação agrícola tem sido utilizado principalmente nas lavouras de milho da região. “Constatamos um aumento de 70% na procura por aplicação aérea nas culturas de milho e pipoca, da safra passada”, diz Renato Farias.

Por ar, prevenção é mais rápida e impede o amassamento da planta

Na região, o produtor de Chapada, Flávio Bordeghini, utiliza o serviço de pulverização aérea há, aproximadamente, oito anos, realizado por uma empresa. “Existem várias vantagens em utilizar o avião e uma delas é não amassar a plantação, como acontecia com o trator. Antigamente, tínhamos o problema que a lavoura ficava marcada e com o voo e a utilização de equipamentos eletrônicos, como o GPS, isso não ocorre mais”, destaca o produtor. Outra vantagem é a rapidez para fazer a aplicação, uma vez que com o uso do pulverizador o processo é mais demorado.

Em média, uma pulverização aérea despeja 20 ml de produto por hectare, contando com que o avião realiza a aplicação de 50 hectares por hora, a rapidez e maior área abrangida são compensatórias. “É realizada a aplicação em uma área considerável, nos bons momentos para a aplicação. Aproveitando um bom momento é atingida uma grande área”, afirma Dalton.

O mercado atual da aviação agrícola está em expansão na região, e isso justifica o aumento da procura dos alunos por realizar cursos de especialização. O Aeroclube de Carazinho, uma das quatro escolas de piloto agrícola do país, registra a presença de profissionais de todo o Brasil. Desde março de 2010, quando o curso de piloto agrícola foi homologado no Aeroclube do município, já se formaram 45 profissionais. “Realizamos três cursos por ano, com um máximo de 10 alunos por turma, pois prezamos a qualidade da formação e não a quantidade”, explica o diretor técnico do Aeroclube, Régis Gaist.

Com a estiagem que assolou os municípios, a procura pela pulverização em vias aéreas tem registrado baixas, contrapondo a cultura de milho, que registrou consideravelmente aumento. As épocas de maior aplicação iniciam no mês de fevereiro e se perduram até março. Os pedidos serão prejudicados por razão da seca. “Perdemos muitas áreas de soja em virtude as seca”, completa Renato Farias.

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