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A informática a serviço da agricultura

Sistema SISLA oferece suporte às atividades de licenciamento ambiental


Os produtores e técnicos que visitarem o espaço da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária - Embrapa, vinculada ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, no Showtec 2012, em Maracaju-MS, verificaram os benefícios de se levar para o cotidiano do setor agropecuário o universo da informática e seus softwares e hardwares.


Ferramenta apresentada nesta edição, o SISLA é um Sistema Interativo de Suporte ao Licenciamento Ambiental, desenvolvido para dar suporte às atividades de licenciamento ambiental. Idealizado pela Embrapa em parceria com o Instituto de Meio Ambiente do Mato Grosso do Sul (Imasul), o Sistema tem acesso livre e gratuito, via Internet, para o público especializado ou apenas curioso.

O software possibilita emitir relatório para análise com mapas georreferenciados e efetuar análise técnica, consulta espacial e andamentos dos processos de licenciamento ambiental. No Sisla é possível o usuário, seja ele produtor ou técnico, fornecer os dados de determinada área e o sistema indicará, a seguir, suas reais condições, levando-se em consideração a topografia da região e outros fatores.

"Qualquer pessoa com um pouco de noção de georreferenciamento tem condição de gerar um relatório no Sisla", ressaltou o engenheiro agrônomo Sergio Luis Bianchini, fiscal ambiental do Imasul. O Sisla é um dos produtos do Projeto de "Sistema de Informação Georreferenciado do Território do Estado de Mato Grosso do Sul - GeoMS", liderado pela Embrapa Informática Agropecuária (Campinas-SP), que reuniu dados da legislação estadual e federal e do mapeamento da cobertura vegetal, entre os anos de 2007 e 2009, realizado pela Empresa e outras instituições, e informações públicas, disponíveis desde os anos 80.

O GeoMS conta também com a parceria do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), Fundação de Apoio à Pesquisa Agropecuária e Ambiental (Fundapam), Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS) e Embrapa Gado de Corte (Campo Grande-MS).

Agricultura de Precisão - Em meio aos imprevistos da atividade agrícola, um pouco de precisão é sempre bem-vinda pelos produtores. O uso de tecnologias baseadas em posicionamento geográfico por satélite permitindo o manejo diferenciado da lavoura é o que define a chamada Agricultura de Precisão (AP).

Intervenções no manejo, localizado ou sítio específico, são realizadas da seguinte forma: amostragens georreferenciadas do solo são aplicadas em uma grade amostral correspondendo a colheita de uma amostra composta a cada dois hectares, por exemplo. A partir da análise dos resultados dessas amostras, um processamento informatizado, por meio de softwares específicos para AP, gera mapas da fertilidade do solo para cada atributo, como potássio e fósforo.

A partir disso, prescreve-se uma adubação diferenciada para a lavoura, dentro de cada talhão. Tais mapas são reconhecidos por dispositivos presentes nos maquinários de campo modernos, guiados por satélites, que ao reconhecer o padrão espacial, muda e ajusta, automaticamente, a dose de nutriente dentro das reais necessidades.


Essa sequência de etapas - amostragem/interpretação agronômica/escolha de maquinário - permite racionalizar o uso de insumos, um dos grandes atrativos da agricultura de precisão para o produtor de grãos, elegeu o pesquisador da Embrapa, Álvaro Vilela Rezende.

Entretanto, alerta Álvaro Rezende, diversos fatores afetam o processo, sendo imprescindíveis certos critérios para se adotar a AP. Assim, a Embrapa, em 2009, iniciou o Projeto "Rede de Agricultura de Precisão", que ao reunir mais de 200 especialistas de diversos Centros de Pesquisa, anseia aprimorar os critérios validados cientificamente para melhorar a qualidade da AP praticada no Brasil hoje.

Coordenada pela Embrapa Instrumentação Agropecuária (São Carlos-SP), a Rede atua em várias vertentes, explica o doutor em fertilidade do solo e adubação Álvaro Rezende. Líder do projeto-componente responsável pelas áreas voltadas para culturas anuais, como grãos e algodão, o pesquisador relata que também há projetos direcionados para culturas perenes, como fruticultura, silvicultura e pastagem; desenvolvimento e validação de instrumentos e tecnologias para uso e suporte em AP; e inovação tecnológica em agricultura de precisão.

Com unidades-pilotos de experimentação nos Estados do Rio Grande do Sul, Paraná, Goiás, Distrito Federal, São Paulo e Mato Grosso do Sul, a Rede deseja difundir seu lema "Planejar é preciso", no qual "a crescente demanda agregará inovações para AP, especialmente, para as condições de agricultura tropical", afirma Rezende.

Projetando adiante, a Rede almeja expandir seus estudos para produção animal e para que seus preceitos sejam adotados não irá somente pesquisar, mas atuará em transferência, com capacitações e ações de educação junto à assistência técnica rural e aos produtores que atuem ou queiram atuar com AP.

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