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ABCT apresenta inventário de carbono e setor de celulose

Desenvolvido em parceria com a consultoria Fábrica Éthica Brasil, o estudo posiciona o mercado e identifica oportunidades de redução de emissões de gases do efeito estufa


O setor de celulose e papel, apesar de ser um dos pioneiros no uso sustentável de recursos naturais – 100% da produção nacional provêm de florestas plantadas –, não deve ficar imune aos impactos do aquecimento global. As florestas sofrerão os efeitos das mudanças causadas pelo acúmulo de dióxido de carbono na atmosfera, com alterações nos ciclos de chuva, pragas e outros fenômenos. Contudo, o setor também faz parte da solução dos problemas relacionados à mudança do clima, dado seu papel no sequestro de carbono. Nessa direção, a ABTCP - Associação Brasileira Técnica de Celulose e Papel, em parceria com a consultoria em sustentabilidade Fábrica Éthica Brasil, está realizando o primeiro inventário para mapear a pegada de carbono das empresas do setor.

A partir da elaboração do Inventário Setorial de Carbono, que será apresentado durante o ABTCP-TAPPI 2010 – 43º Congresso e Exposição Internacional de Celulose e Papel, que acontece entre os dias 4 e 6 de outubro, em São Paulo, o setor estará mais bem posicionado para identificar oportunidades de redução de emissões e negociar nacional e internacionalmente seu papel em regulamentações futuras. A iniciativa também serve como benchmarking para o mercado, outros setores e demais associações de categoria.

De acordo com Marcelo Theoto, diretor da Fábrica Éthica Brasil, o Inventário Setorial é uma ferramenta de gestão que permite às empresas elencar suas emissões e, a partir daí, identificar oportunidades de redução. “Os resultados do inventário deverão auxiliar o setor nas negociações sobre a regulamentação da Política Nacional sobre Mudança do Clima, políticas estaduais e até mesmo no âmbito internacional das negociações do regime climático pós-2012”, comenta.

Segundo dados do IPCC (Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas), para manter um nível ‘seguro’ de adaptação às mudanças climáticas, são necessários cortes mínimos na ordem de 25% das emissões globais de GEE (Gases de Efeito Estufa) até 2020. A proposta brasileira, de redução de suas emissões entre 36,1 e 38,9% até 2020 – em relação aos níveis de 2005 –, conta com o auxílio fundamental da indústria de celulose e papel para amplificar as ações em prol da mitigação de emissões de gases poluentes.

Dados preliminares do Inventário indicam que as empresas do setor já possuem um perfil de emissão relativamente limpo, tanto pelas remoções de carbono que acumulam em suas florestas, quanto pela grande utilização de combustíveis renováveis. Mas ainda há espaço para melhorar a eficiência energética das plantas e aumentar as remoções de CO2 da atmosfera, assim como aperfeiçoar os procedimentos referentes aos recursos hídricos. “A intensidade de carbono e de água na fabricação de produtos deve constituir o grande diferencial competitivo do futuro, no mercado globalizado”, afirmaTheoto.

Ele observa que, atualmente, existem apenas duas iniciativas a este respeito: a receita proveniente da venda dos chamados "créditos de carbono", em especial por meio das atividades e de projetos de Mecanismo de Desenvolvimento Limpo (MDL), e o reconhecimento do mercado, por parte de investidores e consumidores, quanto às ações de governança climática. Neste último caso, vale destacar a participação das empresas do setor no Carbon Disclosure Project - CDP, maior iniciativa mundial de sinergia entre o setor financeiro e empresas na busca de soluções para o desafio da mudança global do clima.

Ciente de suas emissões, o setor poderá propor soluções técnicas e economicamente viáveis e, na hipótese da futura criação de um mercado nacional de carbono, poderá também negociar eventuais excedentes, resultantes de um possível balanço positivo entre emissões e remoções. “Num futuro próximo, pode-se esperar que o poder público estabeleça metas para diferentes setores e empresas. Quando isto ocorrer, quem já tiver seus inventários e ações realizadas neste sentido poderá ter ganhos substanciais de competitividade”, destaca Theoto.
 
Um dos principais entraves para uma maior adesão ao compromisso voluntário de redução de emissões de GEE, por parte das empresas, é a falta de conhecimento sobre as próprias emissões aliada à falta de incentivos (econômicos ou não) por parte do governo e do mercado. Ainda segundo o diretor da Fábrica Éthica Brasil, “é necessário uma maior articulação entre governo, mercado e empresas para que os incentivos possam ser construídos juntos”, afirma Theoto, ao acrescentar que “a ABTCP possui certamente um importante papel institucional e de caráter fiduciário quanto a este tema”.

Acesse a programação completa do ABTCP 2010 no site www.abtcp2010.org.br.

As informações são da assessoria de imprensa da ABTCP - Associação Brasileira Técnica de Celulose e Papel.

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