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Abelhas perigosas

Quando atacam, podem perseguir sua vítima por mais de 1 quilômetro


Parece mentira que um bichinho tão pequeno seja capaz de causar a morte de alguém. Mas, segundo a Empaer-MT, é tudo verdade no que se refere às abelhas africanas, que ultimamente tem invadido as cidades e ameaçado moradores

Segundo pesquisadores, as abelhas africanas são mais responsáveis por mortes em pessoas do que todos os outros animais venenosos juntos. Essas abelhas teriam sido trazidas ao Brasil em 1956, pelo então professor e pesquisador do departamento de Biologia da UNESP Rio Claro, Warwick Kerr, para estudos científicos, com a intenção de fazer melhorias genéticas na produção do mel. Eram mantidas em laboratório, de onde algumas escaparam e migraram pelo Brasil e outros países da América Latina.Tornou-se híbrida, devido ao cruzamento com outras espécies.

Parece mentira que um bichinho tão pequeno seja capaz de causar a morte de alguém. Fomos em busca de informações, para saber se as abelhas africanas realmente são tão perigosas, ou se é apenas sensacionalismo.

João Bosco Pereira é biólogo e pesquisador da Empaer, (Empresa Mato-grossense de Pesquisa, Assistência e Extensão Rural). Segundo ele as abelhas africanas realmente são muito perigosas e oferecem sim risco à vida das pessoas.

Ele afirma que essas abelhas atacam em número maior e em apenas 30 segundos são capazes de injetar oito vezes mais toxinas em suas vítimas. Elas são diferentes das europeias, que são muito mais mansas e fáceis de domesticar.

Acredita-se que o modo agressivo como os nativos africanos retiravam o mel, ateando fogo nas colônias, teria provocado a formação de um espírito guerreiro na espécie.

Assim, ficaram tão preparadas para a autodefesa que percebem vibrações no ar a 30 metros de distância e já se sentem ameaçadas quando alguém chega a menos de 15 metros da colmeia. Quando atacam, podem perseguir sua vítima por mais de um quilômetro.

Muitos relatos de morte por abelhas africanas foram registrados no Brasil, de acordo com pesquisas realizadas na área. Mato grosso, chegou inclusive a ser citado em um programa de rede nacional, como sendo berço dessas abelhas.

Ao ser perguntado sobre a veracidade das informações, o professor e pesquisador não apenas confirmou como também fez um relato. “Aqui em nosso estado, ocorre morte por essas abelhas o ano todo, inclusive teve o caso de um professor da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), que faleceu, enquanto realizava pesquisa de campo, com essas abelhas.

O pesquisador diz que ao realizar o ataque a primeira abelha deixa um atrativo na vitima, para que as outras ataquem sem deixar chance de defesa.

João Bosco também explica o por quê de essa espécie ser tão migratória e preferir sempre as áreas urbanas. “O homem é o único responsável, por essa migração, afinal ele está destruindo o habitat natural delas nas florestas, contudo essas abelhas não suportam barulhos e por esse motivo atacam”.

Mesmo sendo uma espécie agressiva, a africana ou hibrida como é chamada por alguns pesquisadores, tem o mel mais medicinal que os de outras espécies.

Por esse motivo elas são preferência por alguns apicultores, mesmo representando risco. Segundo João Bosco, para tanto os apicultores precisam, antes, receber um treinamento qualificado.
 
Saiba o que fazer se for atacado

Para quem não conhece abelhas, é difícil diferenciar uma espécie de outra. Portanto,com base nas informações fornecidas por especialistas, daremos as dicas de como identificar a colmeia das abelhas africanizadas, como removê-la e de como agir em casos de ataques.

De acordo com o pesquisador, ao se deparar com uma colmeia ou um enxame de abelhas, sejam africanas ou não, o melhor a fazer é manter distância.

No caso das africanas o cuidado deve ser redobrado. A colmeia de abelhas africanas geralmente é um pouco diferenciada das outras, elas tem o formato de cacho de coco com camadas, mas isso não é regra geral.

ATAQUE EM ACORIZAL

Recentemente o aposentado eletrotécnico, Nery Luiz Nonato teve uma desagradável surpresa. Ele encontrou na janela da casa em sua chácara, na gleba Baús, próximo ao distrito de Acorizal, distante a 60 km de Cuiabá, uma colmeia de abelhas africanas.

Sabendo do risco que corria, Nery Nonato não perdeu tempo e removeu a colmeia, ateando fumaça.

Mas ele sabe dos riscos que correu em fazer essa remoção sem fazer uso dos equipamentos necessários.

“É preciso ter equipamentos adequados para efetuar a remoção. Eu fiz sem eles e tomei alguns cuidados , mas não indico que ninguém faça assim, pois esse tipo de abelha pode levar à morte”, alerta o aposentado.

De acordo com as dicas do pesquisador e biólogo João Bosco, não se deve fazer a remoção dessas abelhas, sem antes obter o treinamento necessário.

O melhor a fazer segundo ele é ligar para a Empaer, solicitando um profissional qualificado para efetuar a remoção que é gratuita.

“Em caso de ataques procure um médico imediatamente, as vítimas de ataques de abelhas, morrem por insuficiência respiratória, portanto se estiver distante de um médico, os primeiros socorros deverão ser feitos imediatamente”, destaca João Bosco.

A IMPORTÂNCIA DAS ABELHAS

O biólogo e pesquisador deixa uma mensagem, falando da importância das abelhas em nossas vidas.

“As abelhas são os seres mais importantes do planeta, se as abelhas faltarem no mundo, sem a polinização seriam extintas a flora e a fauna, não haveriam florestas, lagos e rios, a terra seria um deserto, em outras palavras se as abelhas deixarem de existir em apenas quatro anos, o homem seria extinto da terra definitivamente”, assinala João Bosco.

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