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Abelhas sem ferrão podem ser criadas na cidade, afirma instrutor do Senar

Criação de abelhas dentro de casa ou apartamento pode ser possível



Já imaginou criar abelhas em casa ou até em apartamento? Pode parecer estranho, até mesmo impossível, mas para o instrutor do Senar/MS – Serviço Nacional de Aprendizagem Rural de MS e presidente da Feams - Federação de Apicultura e Meliponicultura de MS, Gustavo Nadeu Bijos, além de viável, é totalmente possível. Segundo ele, abelhas indígenas sem ferrão podem ser criadas em áreas urbanas sem risco de acidentes. O Senar/MS oferece um curso para a criação de abelhas dessa espécie, que neste mês será realizado em Dourados, entre os dias 17 e 19.
 
A criação de abelhas sem ferrão difere da criação das africanizadas, que possuem ferrão. “Elas são criadas até mesmo em apartamentos e pessoas de todas as idades podem praticar essa atividade”, destaca Bijos, ao ressaltar que as colmeias são diferentes e que há medidas de acordo com cada espécie. O instrutor explica que as abelhas possuem o instrumento de defesa. “A diferença é que ele é atrofiado na maior parte das nativas brasileiras”.
 
Uma das vantagens da criação de abelhas sem ferrão é a contribuição que a espécie dá para a manutenção de plantas nativas. “A maior vantagem é porque elas polinizam plantas nativas brasileiras, gerando mais sementes viáveis e consequentemente novas plantas”, sustenta Bijos. Segundo o apicultor, se a espécie sem ferrão entrar em extinção, a flora pode ser prejudicada. “Se nossas abelhas nativas sumirem, várias espécies vegetais também correm o risco de desaparecer.”
 
A qualidade do mel também difere das africanizadas, já que possui cor clara e maior teor de água, entre 25% e 35%. “As abelhas sem ferrão produzem um mel único em sabor. Essa quantidade de água presente no mel contribui para um sabor menos enjoativo”, salienta o instrutor do Senar/MS, que fala ainda dos cuidados na manutenção do mel produzido. “Essas características fazem com que o mel seja mais perecível. Em seu estado natural, deve ser mantido sob refrigeração”, explica.
 
O investimento mínimo inicial vai de R$ 60 e pode chegar a R$ 400, dependendo do enxame. O apicultor ressalta que tudo depende da espécie e do tipo de produção. “O mel também é comercializado conforme a espécie. O quilo do produto varia entre R$ 80 e R$ 120”, assinala Bijos, ao afirmar que a maioria dos meliponicultores trabalha com a venda de enxames. Ele indica aos interessados em praticar a atividade definir a espécie a ser criada e conhecer seu manejo correto, o que pode ser feito por meio de capacitações.
 

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