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Abismo na valorização do cereal


Análises de mercado mostram um abismo entre a valorização do trigo nos mercados internacional, nacional e gaúcho. Enquanto estudo da Ocepar aponta que o preço internacional teve variação positiva de 55% em 2010 ante apenas 10% na cotação brasileira, levantamento da Fecoagro indica que o valor recebido evoluiu apenas 3,94% no período. A base de comparação da Ocepar foi o preço negociado na Bolsa de Chicago e nos leilões nacionais, principal alternativa de escoamento da safra brasileira. Os números da Fecoagro basearam-se na evolução dos negócios fechados por cooperativas e seus associados.


De acordo com o estudo, os preços negociados na Bolsa de Chicago para o "bushel" do trigo saltaram, em 2010, de 4,50 dólares para 7 dólares. Já nos leilões domésticos, o preço variou de R$ 22,90 para R$ 25,30 a saca de 60 quilos. O agrônomo Robson Mafioletti, da Ocepar, afirma que as cotações dispararam no exterior devido à seca na Rússia, importante produtor mundial. No Brasil, os valores continuam baixos por causa do ingresso pesado do cereal da Argentina, Paraguai, Canadá e Estados Unidos.

Para o menor crescimento de preço no Estado, deve-se considerar a classificação do cereal gaúcho e a proximidade com argentinos, analisa o agrônomo Ricardo Núncio, da Fecoagro. "O trigo soft produzido tem participação reduzida no mercado nacional, não mais de 15%. E a Argentina entra com força no RS com produto mais barato e tipificação desejada pela indústria."


Nesta safra, a projeção da Conab é de recuo de 8,1% para 790,2 mil hectares no Estado, onde, de acordo com a Fecoagro, a diferença entre a receita bruta e o custo total representa defasagem de 33,6%.

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