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Abitrigo avalia ação contra dumping

Indústria brasileira interrompeu negociações em Buenos Aires e espera apoio do governo para ir à OMC


A Associação Brasileira da Indústria do Trigo (Abitrigo) analisa uma medida legal para frear uma suposta prática de dumping da Argentina na venda de farinha de trigo ao Brasil. A intenção foi anunciada na sexta-feira, quando a entidade desistiu de participar de rodada de negociações com exportadores argentinos que aconteceria em Buenos Aires. A indústria moageira é um dos dez setores que se reúnem há três meses para destravar o comércio bilateral que, no caso dos produtos brasileiros, leva de 90 a 120 dias para passar pela aduana argentina, devido a barreiras impostas pelo governo de Cristina Kirchner.

O diretor da Abitrigo Christian Saigh explicou que a entidade decidiu romper as tratativas por não acreditar que haja disposição da Argentina em chegar a acordo comercial. Os brasileiros pretendiam impor cotas para a entrada de farinha. Em 2008, as importações da Argentina somaram 630 mil toneladas, o que representa 9% do consumo nacional de farinha e corresponderia ao beneficiamento de 1 milhão de toneladas do cereal. 'Esse é o volume que os moinhos deixam de comprar dos produtores brasileiros.' Em relação a 2004, quando as vendas de farinha argentina ao Brasil foram de 213 mil t, o aumento foi de 196%.

Agora, a Abitrigo pretende conquistar o apoio do governo brasileiro para dar prosseguimento às denúncias de dumping. 'Estamos estudando uma medida legal, mas provavelmente vamos para a OMC', adiantou Saigh. Os moinhos argentinos são beneficiados pela política tributária do seu governo, que incentiva a exportação da farinha de trigo como parte da estratégia de agregar valor às exportações. A alíquota do imposto de embarque do produto é de 18%, enquanto a do trigo é de 28%.

Na opinião do secretário-executivo do Ministério de Industria, Desenvolvimento e Comércio Exterior, Ivan Ramalho, o ritmo das negociações é lento. O governo da Argentina comunicou ontem que não tem mais trigo para exportar, devido à estiagem que atingiu o país. De acordo com o secretário de Comércio Exterior do Ministério de Indústria, Desenvolvimento e Comércio Exterior, Welber Barral, as autoridades brasileiras já esperavam a notícia, mas faltava o comunicado oficial.

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