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Abitrigo quer isenção provisória de imposto para importação

O objetivo é anular o imposto para cereal dos EUA, Canadá e países de fora do Mercosul


A Abitrigo (Associação Brasileira da Indústria do Trigo) pede ao governo brasileiro que elimine, provisoriamente, o imposto de importação de 10% para o trigo oriundo de Estados Unidos, Canadá e outros países fora do Mercosul para assim evitar aumentos maiores dos preços dos derivados do cereal.

“Pedimos a isenção deste imposto para o período de julho, agosto e setembro, pois é a época em que o Brasil não tem estoque de trigo e as vendas da Argentina estão suspensas desde março deste ano e provavelmente só retornarão ao mercado exportador após as eleições presidenciais e o início da safra argentina, em dezembro deste ano. O problema é que o trigo oriundo de países fora do Mercosul paga 10% de imposto de importação”, explica Samuel Hosken, presidente da Abitrigo, ressaltando que os estoques mundiais estão em níveis muito baixos o que diminuiu a oferta e elevou os preços de Estados Unidos e Canadá, prováveis fornecedores do Brasil.

Para o consumidor, esse aumento, causado por esse imposto, ainda não é visível, pois as padarias estão absorvendo o impacto. Porém, com a falta de trigo no Brasil e a necessidade cada vez maior de comprar de EUA e Canadá, em breve haverá incremento considerável no varejo, que pode afetar o consumo, especialmente do pão francês. “Já conversamos com o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, que está sensível a esta situação. Porém, precisamos de mais apoio para que a Camex (Câmara de Comércio Exterior) aprove nosso pleito. Ao eliminar o Imposto de Importação até setembro os aumentos serão minimizados, uma vez que em outubro já teremos algum trigo do Brasil", afirma Hosken.

Todo esse problema com o trigo começou em março deste ano, quando a Argentina, principal fornecedor de trigo em grão do Brasil decidiu suspender as exportações do trigo in natura para aumentar sua oferta interna e evitar inflação dos produtos derivados do trigo. Com isso, os moinhos brasileiros tiveram de recorrer a outros mercados, pagando imposto de importação de 10%. Esse imposto é isento para o produto argentino.

Atualmente, segundo o presidente da Abitrigo, a importação de “outros” países fora do Mercosul é crescente e generalizada por todas as regiões brasileiras. É preciso uma decisão rápida do governo brasileiro, pois já estão chegando as importações de trigo dos Estados Unidos e Canadá, que custam mais caro e são agravados pelo imposto de importação de 10%. O maior aumento será sentido no bolso dos consumidores ainda este mês.

“Não haverá falta de produtos, mas sem a isenção temporária do imposto de importação o aumento será significativo e os panificadores que até agora tem absorvido o aumento de preço da farinha serão obrigados a atualizar suas margens, ou seja, aumentos de preços importantes”, assegura Hosken.

Para o presidente da Abitrigo, outro ponto que deve ser levado em consideração é a interessante decisão da Argentina em suspender a exportação de trigo, alegando necessidade de maior oferta interna para evitar inflação, mas libera a exportação de farinha de trigo. “Será que o pãozinho argentino é feito com trigo e não com farinha de trigo?”, conclui. As informações são da assessoria de imprensa da Abitrigo.

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