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Acaba o casamento entre Sadia e Perdigão


Com o fim da parceria, BRF passa a operar como Brazilian Fine Foods na Rússia, África e Caribe. O casamento entre a Sadia e a Perdigão acabou depois de 18 meses. Com a união realizada em abril de 2001, as duas maiores agroindústrias do País criaram a BRF Trading S.A., joint venture para atuar na Rússia, em mercados africanos e do Caribe. "Como todo fim do casamento, cada um agora toma conta de sua vida", diz Luiz Gonzaga Murat, diretor financeiro e de relações com os investidores da Sadia. Na divisão de bens, a Perdigão fica com toda a estrutura da BRF, no Brasil e em Moscou, que passa a operar como Brazilian Fine Foods (BFF), atuando como subsidiária integral da companhia. "Vamos manter o mercado russo e ampliar nossas exportações em outras regiões onde ainda não temos atuação forte", afirma Ricardo Menezes, diretor de relações institucionais da Perdigão. Os três funcionários da Sadia que atuavam na BRF voltaram para a matriz da empresa, em São Paulo, segundo Murat. Incompatibilidade O fim da joint venture foi atribuído à incompatibilidade de filosofia, informa Murat. "Nossa expectativa era de que o desenvolvimento da empresa seria mais rápido", diz. No início da parceria, a estimativa das duas agroindústrias era de que a trading movimentasse US$ 500 milhões em cinco anos. Nos nove meses deste ano, os negócios da BRF somaram US$ 190 milhões. "Em receita, a BRF superou nossas expectativas. No entanto, com a queda dos preços internacionais do frango o volume embarcado foi maior", diz Murat. Em seu comunicado oficial, a Perdigão informa que "alguns objetivos traçados para a BRF foram prejudicados, em conseqüência da decisão de autoridades veterinárias da Rússia, o principal mercado da trading, que não autorizaram a comercialização dos produtos brasileiros diretamente no varejo". Ao assumir a trading, a Perdigão pretende lançar a marca Fazenda, criada com a BRF, no mercado russo, o que reforçará a participação da empresa. "Não vamos fazer aporte de capital no momento", diz Menezes. "Com o fim da parceria, vamos ter ganhos maiores, porém, nossos custos também vão crescer." A Perdigão descarta a aquisição de empresas no momento, como a da Chapecó, do grupo argentino Macri, conforme informações divulgadas ontem no mercado. O presidente da Chapecó, Alex Fontana, também nega a informação. Fontana diz que a empresa está à procura de um sócio estratégico, mas nega que seja a agroindústria sua nova parceira. Novos negócios Murat informa que a Sadia não deve procurar novo sócio para criar uma trading para exportar carne para novos mercados. O executivo diz que a companhia tem forte atuação no Japão mesmo sem a atuação de uma trading. "Temos diretores em vários locais do mundo", afirma. Os escritórios da Sadia estão localizados em Dubai, Inglaterra, Itália. "A base de Dubai será responsável pela negociação no mercado onde a BRF atuava." Segundo Murat, a agroindústria vai concentrar suas operações internacionais na Europa, por meio da Concordia Ltd., parceria da Sadia com a Sun Valley, da Cargill, fechada em 2000. O executivo lembra também a parceria com o grupo atacadista Martins e Accor dão maior mobilidade à empresa, por conta do acordo de distribuição de produtos na rede varejista e de hotéis. Luiz Gonzaga Murat não descarta, no entanto, novas alianças internacionais para expandir seus negócios no exterior. O executivo garante que "não está em fase de namoro com nenhuma empresa no País", descartando de vez boatos de mercado sobre uma possível fusão entre Sadia e Perdigão. Casamento desfeito, a Sadia quer buscar novos mercado sozinha. Mônica Scaramuzzo

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