Ações da ADM têm a maior queda em 17 anos

As ações da Archer Daniels Midland (ADM), maior processadora mundial de grãos, despencaram na maior queda em 17 anos, depois que a empresa anunciou que o lucro com milho e soja no terceiro trimestre recuou quase 50%. Os custos com energia aumentaram nas fábricas de adoçantes, combustível e rações animais à base de milho, disse a ADM. Os preços de óleo vegetal e rações à base de soja declinaram, à medida que a capacidade de processamento avançou nos Estados Unidos e na Ásia. As ações da ADM caíram 19%. "A surpresa foi ver como as margens estão fracas", disse Todd Duvick, analista do Bank of America Securities, em Charlotte, Carolina do Norte. "O que acontece na época de superprodução é que o preço dos produtos cai mais depressa do que a da matéria-prima". A produção global de milho e soja foi recorde em 2004, e a capacidade do setor para processar essas colheitas aumentou mais que a demanda, com a construção de novas fábricas na China e nos Estados Unidos. O estoque de óleo de soja nos EUA aumentou 9,8% em março, e as margens médias de lucro em relação à soja recuaram 34% em Illinois, para US$ 0,53 o bushel. As ações da ADM recuaram US$ 3,81, ou 18%, para US$ 17,82 na Bolsa de Nova York , depois de terem alcançado US$ 17,50. Foi a maior queda em um dia desde 19 de outubro de 1987, conhecido como a "Segunda-feira Negra", quando o índice referencial Dow Jones Industrial registrou uma queda recorde de 23%. Antes de sexta-feira, as ações da ADM haviam subido 27% no último ano, alcançando um recorde de US$ 25,37 em 7 de março. O lucro antes dos impostos proveniente das fábricas de rações animais, combustível e adoçantes, regrediu 49%, para US$ 117,9 milhões, e os ganhos com a soja processada como ração e óleo vegetal caiu 48%, para US$ 60,7 milhões, disse a empresa em relatório na sexta-feira. Os declínios refletem os custos mais altos com energia e os preços em queda.