Açúcar: NY aumenta requisitos, mas cotações seguem iguais
De acordo com ele, a safra de cana pode ser de 520 milhões de toneladas
A Bolsa de New York aumentou o requisito de margem inicial de açúcar para US$ 1,344 por contrato, o que em tese, poderia fazer com que os fundos diminuíssem a posição, mas parece-me que o aumento teve zero impacto nas cotações. As informações são de Arnaldo Luiz Correa, consultor, palestrante, técnico para arbitragens e professor de gestão de risco em commodities agrícolas.
“Irrefutável é o fato de que o mercado futuro de açúcar em NY assistiu a uma cobertura de posição quase beirando ao pânico, com stops de compra sendo acionados ao longo dos últimos pregões, fazendo com que o vencimento outubro/21 encerrasse a sessão de sexta-feira cotado a 20.10 centavos de dólar por libra-peso, na máxima do dia, o maior preço registrado no açúcar desde o pregão do dia 24 de fevereiro de 2017”, comenta em seu perfil no LinkedIn.
De acordo com ele, a safra de cana pode ser de 520 milhões de toneladas, mas ao que parece não é ela que está direcionando esse mercado para cima. “Medo de não haver disponibilidade de açúcar ao mesmo tempo que spread mostra um carrego faz pouco sentido. Se a justificativa for a próxima safra, ainda assim muita água vai rolar até lá”, completa.
“A memória de muitos anos em commodities e da vivência de inúmeras situações tornam-nos desconfiados com explosões de preço não devidamente acompanhadas de notícias fresquinhas no campo dos fundamentos. Veja o que aconteceu com o café recentemente: a geada que atingiu os cafezais trouxe pânico no mercado futuro em NY. Há um mês o café negociava a 150.10 centavos de dólar por libra-peso, duas semanas depois em função da “arrasadora” geada o mercado atingiu 215.20 centavos de dólar por libra-peso uma explosão de 43% que drenou o caixa dos vendidos e trouxe pânico ao mercado”, conclui.