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Adesão ao seguro rural cresce 1.126% em Mato Grosso

Os agricultores do Estado contrataram 846 apólices no ano passado


A adesão dos produtores rurais mato-grossenses ao seguro agrícola aumentou 1.126% em 2006 na comparação com o ano anterior. Segundo dados divulgados pela Secretaria de Política Agrícola (SPA) do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), os agricultores do Estado contrataram 846 apólices no ano passado, contra apenas 69 em 2005. Mais de 99% das operações são referentes ao seguro das lavouras de soja, que totalizaram 838 contratos. A área total protegida é de 232,051 mil hectares, no valor de R$ 204,132 milhões.

O diretor do Departamento de Gestão de Risco Rural da SPA, Welington Soares de Almeida, admite que apesar do crescimento no número de operações, a quantidade de apólices feitas no ano passado ainda é pequena diante da proporção da agricultura mato-grossense. Um dos principais entraves é que os produtores do Estado não têm o hábito de segurar a lavouras, diferente por exemplo do que acontece no Sul do país. “Como o risco de perda por problemas climáticos é menor no Centro-Oeste, os agricultores acham que nunca vão ter perdas”.

Almeida defende que a expansão do seguro rural é lenta, uma vez que não depende apenas da demanda do produtor, mas também da oferta de produtos por parte das seguradoras. Ele diz ainda que o Governo Federal está desenvolvendo ações na tentativa de incentivar os agricultores a proteger a produção. Um dos exemplos é o projeto do Banco do Brasil que vinculou a liberação de crédito rural à contratação de alguma forma de seguro rural. Outra ação foi o aumento da subvenção paga pela União, que chega a 50% do valor do prêmio.

“Se os produtores protegessem a produção, quando acontecesse algum sinistro não haveria a necessidade de renegociar as dívidas com o banco, nem de vir até Brasília para fazer tratoraço”, disse.

Almeida destaca também que o seguro é apenas uma das maneiras de fazer com que o produtor tenha maior autonomia. A outra medida do governo é apoiar as operações de hedge (proteção), como forma de garantir o preço de venda das commodities agrícolas no mercado.

No ano passado, as subvenções pagas aos produtores mato-grossenses pelo governo federal como parte do prêmio do seguro agrícola totalizaram R$ 3,116 milhões. O montante representa em torno de 10% dos R$ 31,121 milhões liberados no país. No caso da soja, por exemplo, a União entra com até 50% do valor do prêmio, com teto fixado em R$ 32 mil por produtor. Em uma operação cujo prêmio do seguro é de R$ 10 mil, metade é paga pelo produtor e metade pelo governo.

O diretor do Departamento de Gestão de Risco Rural da SPA explica que na verdade o agricultor não precisa desembolsar o valor do prêmio. O montante pode ser financiado, juntamente com o crédito rural, a juros de 8,75% ao ano. Produtores de todas as culturas podem contar com um acréscimo de 15% no limite de crédito agrícola, caso contratarem alguma modalidade de seguro rural. “Os produtores de algodão, por exemplo, que possuem limite de R$ 500 mil, poderão contratar até R$ 575 mil”, exemplifica.

Algodão:

Até 2005, a contratação de seguro rural em Mato Grosso se restringia somente à cultura da soja, uma vez que não havia procura por parte de produtores de outros tipos de lavoura. No ano passado, apesar do predomínio da oleaginosa, oito apólices foram contratadas por cotonicultores do Estado. Isto significou a proteção de uma área de 3,799 mil hectares no valor total de R$ 11,201 milhões. As operações renderam um prêmio de R$ 425,731 mil, dos quais R$ 212,342 mil foram pagos pelo governo por meio de subvenção.

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