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Agricultor de Abunã aposta em plantação de abacaxi


Doze mil covas de abacaxi, o passaporte para o futuro próspero de Valdivino e Alice Kruger. O casal de agricultores familiares de Abunã morou com seus filhos dois anos embaixo de uma lona de plástico no acampamento do Movimento Camponês Corumbiara (MCC) até conseguir realizar o sonho de obter terras da reforma agrária. Hoje eles são moradores do Assentamento Taquara, zona rural do município de PortoVelho, localidade do entorno da obra da Usina Hidrelétrica Jirau (UHE Jirau). A comunidade é beneficiada pelo projeto Tempo de Empreender Rondônia, desenvolvido pela Construtora Camargo Corrêa, Sebrae e Instituto Camargo Corrêa (ICC ) com a finalidade de viabilizar técnica e economicamente a produção e a comercialização de frutas.


Para garantir o sustento da família o agricultor dirige o ônibus escolar que transporta as crianças do assentamento onde vive e realiza fretes com o caminhão que comprou antes de ter sido assentado. “Trabalho com o ônibus de 7h30 até às 10h, depois vou para a lavoura. O salário que eu ganho com esse emprego fixo garante o capital que nós precisamos até que o abacaxi comece a produzir.”, esclarece Valdivino, que pensa em vender o caminhão para comprar um trator e se dedicar somente à agricultura logo que obtiver a primeira safra de abacaxi.

Capital de giro -Um grande problema para os agricultores familiares é a falta de capital de giro para investir em suas plantações até que a produção comece a dar retorno. No caso de Valdivino e Alice a opção por viver no campo lhes custou muitos sacrifícios pessoais. Durante o período em que viveram no acampamento a renda que tinham era a da venda de vassouras que produziam e a ajuda financeira da mãe do agricultor. Os poucos móveis que possuíam se deterioram. A única força que lhes manteve nessa situação foi a esperança de uma vida melhor que, aos poucos, parece chegar. Há menos de um ano a família tem construído sua primeira casa de alvenaria, ainda inacabada, com materiais doados pelo Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra). Em 2010, os agricultores passaram a participar de Tempo de Empreender e, desde então, plantaram 12 mil mudas de abacaxi em uma área de um hectare e prepararam mais dois hectares que está à espera de mudas para serem cultivados.

Investimento -“A plantação de abacaxi é a nossa única esperança, pois já plantamos cacau e a lavoura não vingou. Também temos algumas cabeças de gado, mas não temos terra suficiente para seguir com a criação de forma que dê para o nosso sustento. É bastante difícil trabalhar no ônibus e na lavoura, mas para crescer é preciso trabalhar.”, afirma o agricultor, sempre com um olhar firme e completa “Minha família e eu já renunciamos a muitas coisas para investir na plantação e na cooperativa. Alguns ainda têm o pensamento assistencialista e não entendem que a cooperativa tem que ser construída por nós.”.


A expectativa de produção da safra de abacaxi da lavoura plantada por Valdivino é para outubro de 2012, que deverá produzir seis mil frutos num intervalo de quatro meses.

Parceiros
Tempo de Empreender Rondônia é uma realização da Construtora Camargo Corrêa,do Sebrae, do Instituto Camargo Corrêa em parceria com Emater, Prefeitura de Porto Velho, Organização e Planejamento em Biodiversidade, Universidade Federal de Santa Catarina, Sescoop, Embrapa, Federação do Comércio, Federação da Agricultura, FCDL, Federação das Indústrias, Facer, Secretaria de Finanças de Rondônia, Sedam, Incra, Ibama, Banco do Brasil, Banco da Amazônia, Caixa Econômica Federal, Sedes, Semagric e Eletrobras Distribuição Rondônia, Seagri, SPU, Sema.

GleiceMere

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