Agricultores congelam pomares contra geada
Cada hectare congelado demanda cerca de 30 mil litros de água por hora de aspersão
As frutas de caroço como ameixa, pêssego e nectarina costumam sofrer com as baixas temperaturas. Em Santa Catarina a Epagri estima que produtores da região do Alto Vale do Rio do Peixe podem ter perdido cerca de 50% de sua safra com as geadas do último final de semana.
Os prejuízos não alcançaram produtores que utilizaram uma técnica inusitada mas muito eficiente: congelar o pomar. A técnica é chamada de controle de geada por aspersão e protege a planta contra os efeitos do frio.
Quando a temperatura ambiente chega a 1ºC e com tendência de cair mais, o produtor liga os aspersores que fazem uma espécie de chuva no pomar. Essa água cria uma lâmina de proteção e impede o congelamento das estruturas da planta. Cada hectare congelado demanda cerca de 30 mil litros de água por hora de aspersão. “A água aspergida sobre a planta está numa temperatura superior ao ambiente. Assim, à medida que vai congelando, ela fornece calor para a planta, numa reação exotérmica. Mas para isso é preciso fornecer água continuamente”, descreve o gerente da Epagri em Videira, André Kulkamp de Souza.
A “chuva” causada pela aspersão deve ser forte e frequente enquanto a temperatura ambiente estiver abaixo de 1°C, o que pode se estender por horas e significar uso de muita água. Por isso o investimento costuma ser alto e demanda uma boa disponibilidade de água na propriedade. O valor inicial varia de R$20 mil a R$ 25 mil por hectare.
Por outro lado o benefício é visto quando se evita danos nas flores e frutos. Frutos atingidos pela geada podem comprometer boa parte de uma safra.