Agricultores esperam produtividade menor
Produtores de trigo do Paraná não acreditam que a produtividade desta safra será tão boa quanto a do ciclo anterior
Com o plantio encerrado, os produtores de trigo do Paraná não acreditam que a produtividade desta safra será tão boa quanto a do ciclo anterior. “É difícil atingir os resultados recordes do ano passado porque o principal fator que interferiu foi o clima, principalmente nos últimos meses de cultivo”, diz o Luiz Alberto Wantroba, técnico do núcleo regional da Seab, em Ponta Grossa. Ele lembra que o trigo precisa de chuvas regulares e bem distribuídas durante todos os meses de cultivo, e a ausência de geada nos últimos períodos.
Na opinião do produtor Roberto Bührer, que aumentou a área plantada de 180 mil hectares para 240 mil/ha, o trigo é muito suscetível às condições climáticas. “O ponto crítico acontece no mês de setembro, quando qualquer geada ou chuva em excesso pode inviabilizar a produção”, afirma. O agricultor espera uma forte queda da produtividade, que deverá passar dos 4 mil quilos por hectare para 3 mil kg/ha.
Apesar dos riscos, os triticultores ainda apostam na cultura por conta de mecanismos de venda do governo federal, pela possibilidade de financiar o seguro do plantio, e também por causa da queda de produção da Argentina, líder mundial em exportação do produto.
“Levamos em conta que o custo de produção do milho safrinha, geralmente plantado na área de trigo, aumentou bastante. Ainda é preferível investir no trigo, que terá um preço mínimo melhor que no ano passado”, comenta Ivo Arnt, agricultor de Tibagi.
O preço esperado pelo mercado é de R$ 530 por tonelada, ante uma posição fechada em R$ 480/t na última safra.