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Agricultura brasileira é pauta do Fórum Econômico Internacional das Américas

Terceira edição do Fórum Estratégico Palm Beach quer mostrar como o país está conseguindo exportar para o mundo lições do crescimento agropecuário brasileiro


Ao lado de ex-presidentes da república, ministros, executivos de grandes corporações, embaixadores, governadores, banqueiros a missão brasileira na terceira edição do Fórum Estratégico Palm Beach - organizado pelo The Internacional Economic Forum of the Americas - é a de mostrar como o país está conseguindo exportar para o mundo lições do crescimento agropecuário brasileiro. Silvio Crestana, ex-presidente da Embrapa e pesquisador da Embrapa Instrumentação (São Carlos – SP) é quem vai apresentar as razões pelas quais o Brasil está desempenhando este papel na economia global. É a primeira vez que o tema agricultura entra na pauta de discussão do Fórum.

O evento será realizado nos dias 8 e 9 de abril, na cidade de Palm Beach, Flórida, nos Estados Unidos e vai reunir líderes do pensamento econômico e político de várias partes do mundo para discutir “O Caminho para o Crescimento Econômico”. O objetivo do Fórum é promover a melhor compreensão das oportunidades e desafios em jogo no mercado global e ainda fornecer uma plataforma para reuniões de negócios em uma ampla gama de setores, incluindo bancos e finanças, para alavancar o desenvolvimento econômico. Durante o evento serão discutidas questões chave nas áreas de finanças, inovação, energia e comércio, entre eles, o investimento em recursos renováveis.

"O Fórum cria uma oportunidade para os delegados de alto nível ouvirem dos líderes do pensamento, acima de tudo, os vários temas críticos que afetam como eles se movem para a frente", diz Nicholas Remillard, presidente e CEO do Fórum Econômico Internacional das Américas e do Forum Estratégico Palm Beach. O Fórum cresceu e se tornou um marco na organização que reúne mais de cinco mil delegados e mais de 200 palestrantes.

Evidenciar a revolução agrícola do Brasil e depois mostrar como o país aprendeu as lições para se tornar a potência que é atualmente são as duas vertentes nas quais o ex-presidente da Embrapa Silvio Crestana vai focar sua apresentação no evento.

Com base em dados do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento e do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, o pesquisador afirma que, com o emprego da ciência e tecnologia, o país apresentou um crescimento significativo na produção de grãos, sem contudo ter de aumentar a área plantada em grandes proporções. No período de 1975 a 2011 a produção aumentou em 230%, enquanto a área cresceu apenas 31%. A produtividade foi 150% quilos por hectare. Em 1975, era de 1.100 quilos por hectare e passou para 3.200 em 2011.

Os números da produção animal também mostram o potencial do país e a importância no mercado global. De acordo com Crestana, a produção de carne de frango cresceu 275%, a suína em 150% e a bovina em 74%. Na área vegetal, o destaque é para a produção de etanol, cujo aumento foi de 270%. Em 2001, a produção representou na balança comercial US$ 24 bilhões passando para US$ 95 bilhões em 2011. “A exportação do agronegócio foi de 300%. Atingimos 180 mercados com novos produtos”, avalia o pesquisador, lembrando que o país é o terceiro maior exportador mundial, ficando atrás dos Estados unidos e União Europeia.

Crestana ainda vai apresentar a participação da agricultura familiar na economia brasileira, de onde vem 60% da produção de suínos, 50% de frango, 46% de milho, entre outros, ocupando uma área de 106,8 milhões de hectares, nos quais trabalham 12 milhões de produtores, sendo 1/3 do sexo feminino. Para o pesquisador, o sucesso da agricultura brasileira se deve a três fatores combinados: genética, mecanização e escala, além de contar com técnicas, como a de plantio direto e condições que permitem o país a ter duas safras anualmente, sem irrigação – safra e safrinha. “ Isso permite ao Brasil fornecer proteína vegetal, que alimenta uma indústria de carne competitiva”, diz.

A segunda vertente apontada pelo cientista por ser responsável pelo crescimento agropecuário é o fato de que o Brasil trabalhou duro para conquistar o lugar que ocupa atualmente no cenário mundial. “São liçoes que foram aprendidas ao longo da história. A agricultura é o maior negócio do Brasil”, afirma. Além dos recursos naturais disponíveis no país, Crestana lembra que outros fatores também contribuíram para o avanço da agropecuária, como a adoção de políticas públicas, construções institucionais – conhecimento tropical gerado nos centros de pesquisas – empreendedorismo migratório dos agricultores – migração do Sul para o Centro-Oeste, que permitiu a exploração do Cerrado.

A produção de fibras, cana-de-açúcar, gramíneas, técnica de plantio direto, desenvolvimento de pesquisas como o controle biológico e fixação de nitrogênio são outras conquistas da agricultura tropical apontadas por ele e responsáveis por colocar o Brasil em evidência. “Os avanços obtidos têm impactos econômicos e sociais e refletem no IDH – Índice de Desenvolvimento Humano – trazendo melhoria de renda, saúde e emprego.

Histórico

O Fórum Estratégico Palm Beach é uma organização sem fins lucrativos, que promove o diálogo sobre questões nacionais e globais. É realizado sob a coordenação do Fórum Econômico Internacional das Américas, fundado em 1995 por Gil Remillard, o ex-ministro da Justiça de Quebec. A organização tem como objetivo promover a troca de pontos de vista e perspectivas sobre questões econômicas de nosso tempo entre os líderes mundiais, especialistas renomados e executivos de negócios.

O Fórum Econômico Internacional das Américas trabalha em estreita colaboração com organizações internacionais como a OCDE, o FMI, o Banco Mundial, UNESCO, bancos de desenvolvimento, bem como empresas líderes, universidades e autoridades locais e nacionais . O Fórum realiza três conferências anuais: a Conferência de Montreal, o Fórum de Toronto para Cidades Globais e o Fórum Estratégico Palm Beach. O Fórum também publica uma revista e vários livros sobre uma grande variedade de questões, incluindo a gestão empresarial, economia mundial, e de governança.

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