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Agricultura fatura meio bilhão em Itapeva (SP)


No último dia 17, o jornal O Estado de S. Paulo publicou uma reportagem mostrando que na região de Itapeva os produtores agrícolas estão batendo recorde nacional de safras. Com técnicas como o plantio direto adensado, rotação com culturas de inverno e o uso de sementes resfriadas, obtém-se na região até 2,7 safras cheias por ano. “Essas inovações, aliadas à tecnologia das máquinas e à melhoria genética, fizeram com que a produção por hectare praticamente dobrasse nos últimos dez anos”, diz a matéria.

“Se depender de nós, não será a falta de alimentos que trará de volta a inflação”, afirma o produtor Ariovaldo Fellet, de Itaberá. Conforme dados da Secretaria de Agricultura do Estado, a média de produtividade do trigo na região subiu de 1,5 mil para 3 mil quilos por hectare (kg/ha). O feijão passou de 1,6 mil para 2,4 mil kg/ha; o milho de 3,5 mil para 6,6 mil kg/ha e a soja de 1,8 para 3,3 mil kg/ha.

O jornal mostra ainda que muitos produtores, no entanto, obtêm resultados acima da média. De acordo com o engenheiro agrônomo Vandir Daniel da Silva, da Cati, a tecnologia das máquinas e o melhoramento genético dos cultivares também contribuiu para esse avanço. “Mas o resultado só foi alcançado porque o agricultor soube absorver e aplicar as inovações”, diz.

A reportagem segue informando que “o sucesso com os grãos fez com que a região resistisse ao avanço da cana-de-açúcar. As imensas plantações de trigo que ondulam ao vento nas margens da rodovia SP-258, que liga a região de Itapeva ao nordeste do Paraná, são um sinal de que a fartura chegou ao campo. Grande parte das lavouras está sob pivôs de irrigação”.

“A fazenda Lagoa Bonita, da família Fellet, tem nove pivôs, dois deles rebocáveis, cobrindo 45% da área de produção, de cinco mil hectares. Ariovaldo Fellet administra sua fazenda ao lado das filhas Andréia e Vanessa, engenheiras agrônomas. No ano passado, foram colhidas 300 mil sacas de 60 kg de grãos, quase tudo comercializado como semente, com maior valor agregado”.

Toda a área de Fellet é de plantio direto (sem arar ou revolver a terra) e servida por dutos que levam a água dos açudes até os sistemas de irrigação. O próprio produtor se espanta com a alta produtividade da terra. No ano passado, colheu 3,8 mil quilos de feijão por hectare irrigado. O trigo rende 5,5 mil quilos e a soja, 4,6 mil quilos por hectare, bem acima da elevada média regional. Fellet conta que as novas técnicas são desenvolvidas e testadas o tempo todo.

A escolha das variedade leva em conta as projeções climáticas. O adubo ou fertilizante é aplicado de acordo com as características de cada variedade. “Temos tudo sob o máximo de controle porque fazer lavoura se tornou muito caro”, diz Fellet.

Mesmo agricultores que não utilizam pivôs de irrigação na fazenda, conseguem alta produção no Sudoeste Paulista. Nelson Schreiner diz que quando estudantes de Agronomia visitam a sua Estância São Carlos, ele gosta de comparar o plantio convencional, no qual a terra é arada e gradeada, com o plantio direto.

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