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Agricultura reciclável

Paraná é destaque na destinação correta das embalagens de agrotóxicos


Os agricultores paranaenses estão bem conscientes sobre a destinação correta das embalagens de agrotóxicos. Isso pode ser comprovado ontem, na cidade de Cambé, durante evento realizado na central de recebimento de embalagens vazias de agrotóxicos, que foi aberta à população como parte da comemoração do Dia Nacional do Campo Limpo, celebrado no dia 18 de agosto. Cerca de 150 estudantes, produtores, técnicos e pesquisadores da região estiveram no local para acompanhar o processo de logística reversa dessas embalagens e para onde podem ser destinadas.

Segundo Eloy Spagnollo Junior, presidente da Associação Norte Paranaense de Revendedores de Agroquimícos (Anpara) - entidade responsável pelo gerenciamento da central desde 2002 - cerca de 350 toneladas de embalagens tiveram a destinação adequada no ano passado. ''Trabalhamos em conjunto com quem comercializa os insumos agrícolas e também com o Instituto Nacional de Processamento de Embalagens Vazias (Inpev), que nos auxilia com 50% das despesas. Este ano, já reciclamos cerca de 210 toneladas de embalagens'', calcula Spagnollo.

Informações da Anpara mostram que a logística reversa acontece com 96% das embalagens de agrotóxicos comercializadas no norte do Paraná. No Brasil, são cerca de 80% e nos Estados Unidos, apenas 6%. ''Alcançamos 35 municípios, onde são colocados pontos de coleta em duas datas agendadas por ano. Na hora da compra do agrotóxico, o produtor já fica ciente de onde entregar as embalagens que utilizou'', explica o presidente da entidade.

Para a realização da reciclagem o agricultor deve entregar as embalagens não contaminadas - com a tríplice lavagem já realizada (ver ilustração) - e as contaminadas, na qual não é possível de forma alguma fazer a limpeza. As embalagens contaminadas são separadas e incineradas, e as não contaminadas são prensadas e encaminhadas para indústrias que produzem conduítes, sacos plásticos de lixo hospitalar, caixas para fiação elétrica, embalagens para óleo lubrificante, entre outras. ''Cerca de 80% das embalagens são reaproveitadas. A percentagem que é incinerada é bem pequena. O processo não é barato, para incinerar um metro quadrado de embalagem, o valor é de R$ 1,8 mil'', comenta Reinaldo Martins Righetti, diretor social da Anpara.

Durante o ano, a despesa da central chega a R$ 400 mil, mas algumas das 14 centrais do Paraná já conseguem se sustentar. ''Essa união entre revendedores, cooperativas e a indústria é importantíssima. Os agricultores daqui estão bem conscientes sobre o fazer com as embalagens, até porque as multas aplicadas pelo Instituto Ambiental do Paraná (IAP) são altas'', enfatiza Irineu Zambaldi, diretor técnico-administrativo da Associação.

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