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Agroindústria do RS teme efeito do pacote

Entidades ligadas à produção de carnes e lácteos alertam para perda de competitividade e demissões


As agroindústrias da avicultura, suinocultura, bovinocultura e laticínios do Rio Grande do Sul reagiram duramente ao pacote anunciado pela governadora eleita Yeda Crusius. Em apedido publicado hoje (28-12) nos jornais, Sicadergs, Asgav, Sipargs, Sips e Sindilat tentam sensibilizar o governo eleito e os deputados de que a aprovação do pacote, como está, reduz a competitividade do agronegócio gaúcho em relação a outros estados. Segundo dirigentes, haverá um efeito em cascata, gerando aumento de custos, redução da produção, queda de investimento e demissões.

O corte de 30% nos créditos presumidos de ICMS, a limitação do ressarcimento dos créditos de exportação e a extinção parcial de diferenças nas aliquotas de energia elétrica para os produtores rurais estão entre os pontos mais impactantes. "A estrutura do agronegócio será balançada. Nós tínhamos uma luz no final do túnel com o Pacto pelo Rio Grande que agora irá se apagar", lamentou o secretário executivo da Asgav, José Eduardo dos Santos.

Para o presidente do Sicadergs, Ronei Lauxen, o aumento da carga tributária estimulará o abate clandestino. Ele lembra que os créditos, por meio do Agregar-RS, permitiram que o setor de carne bovina aumentasse em 100% os abates regulares desde 2002. Com a perda da compensação, o tributo subirá de 2,5% para 4% nas operações internas e de 4% para 5,6% nas externas, calcula Lauxen.

A medida que mais afeta o setor de carne suína também é o corte nos créditos presumidos. "A matriz tributária sempre foi construída e negociada com vistas a recompor a competitividade que ao longo do tempo foi sendo perdida por iniciativas de outros estados em favorecer sua produção. Esse corte vai exponenciar essa perda", lamentou o diretor executivo do Sips, Rogério Kerber, ao salientar que o setor emprega 365 mil pessoas.

Com 60% da produção de lácteos tendo como destino outros estados, o secretário executivo do Sindilat, Jones Raguzoni, diz que as medidas só agravam as dificuldades logísticas de colocação do produto gaúcho no mercado nacional. "Vai desestruturar tudo que existe. Setor e governo sempre buscaram um entendimento que possibilitou crescimento. Vai ser desistimulante continuar produzindo no Rio Grande do Sul", destaca.

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