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Agropecuária brasileira continuará crescendo na próxima década, indica estudo

O estudo leva em conta a conjuntura mundial dos últimos 32 anos para se chegar ao resultado


A crise financeira mundial, que tem reprimido a oferta de crédito e preocupado vários setores da economia, inclusive o agropecuário, não deve atrapalhar o crescimento do agronegócio brasileiro na próxima década. A conclusão é mostrada no estudo Projeções do Agronegócio Brasil 2008/2009 a 2018/2019, divulgado esta semana pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa).

Ao apresentar o estudo, o ministro Reinhold Stephanes disse que foi levada em conta a conjuntura mundial dos últimos 32 anos para se chegar ao resultado. “Não é a primeira crise que nós temos. Esta metodologia leva em consideração a existência de crises, numa série histórica de 32 anos”. Para ele, a crise financeira ainda não causou impactos no consumo de alimentos, pois esses são “os últimos itens cortados”.

Para o coordenador-geral da Assessoria de Gestão Estratégica (AGE) do Mapa, José Garcia Gasques, o grande potencial de produção e a alta tecnologia aplicada para a maioria dos 18 produtos agropecuários analisados, além dos recursos naturais disponíveis, colocam o país em posição ainda maior de destaque, em termos de competitividade, no contexto mundial. O estudo aponta para a queda dos estoques de grãos, o aumento expressivo do consumo e a intensificação do processo de urbanização, causando redução das áreas produtivas.


Como o ministro da Agricultura já havia adiantado há uma semana, o país deve se tornar ainda mais importante na exportação de carnes. Tendo como principais mercados a China, Hong Kong, Egito e Rússia, as projeções indicam crescimento de 31% para 60% de participação no mercado mundial de carne bovina, de 10% para 21% no de suína e de 44% para 90% no de aves. O total da produção brasileira de carnes, segundo as estimativas, deve passar dos atuais 24 milhões de toneladas para 37 milhões em 2019.

A taxa de crescimento da produção de grãos (milho, soja, trigo, arroz e feijão) será mais modesta, segundo o estudo. A projeção feita é para um aumento das cerca de 140 milhões de toneladas colhidas na safra 2007/2008, para 180 milhões de toneladas em 2018/2019. Em agosto, o secretário-executivo do Ministério da Agricultura, Silas Brasileiro, disse que o Brasil dobraria a produção de grãos no prazo de dez anos.

Tanto o secretário-executivo, com visão mais otimista, quanto o ministro da Agricultura, agora, afirmaram que para alcançar tais números é necessário que a pesquisa continue evoluindo, aumentando a produtividade e conciliando produção agrícola e proteção ao meio ambiente. Outro ponto importante, segundo eles, é a política de apoio e financiamento da agricultura.

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